Doglas Rafael Kappes morreu na noite de domingo
Um desentendimento depois de um acidente de trânsito com danos materiais mínimos, na tarde de domingo, interrompeu a vida do instrutor de autoescola Doglas Rafael Ebert Kappes, 27 anos.
O jovem foi baleado na cabeça cerca de 10 minutos depois de ter a frente de seu Corsa verde cortada por um outro Corsa, branco, e de colidir levemente na traseira do veículo. Doglas levava uma torta para a casa da noiva, que estava de aniversário, no bairro Jardim Eldorado, por volta das 15h. O autor do crime já foi identificado e deverá se apresentar nesta semana à Polícia Civil.
— Começou quando saímos da padaria. O carro branco cortou a nossa frente. Depois de um quebra-molas, em uma descida, ele cortou e freou, e o Doglas bateu de leve — conta um amigo que acompanhava o instrutor, pedindo para não ser identificado por temer represálias.
Doglas e o amigo observaram a direção seguida pelo veículo. Indignado com o comportamento do motorista, Doglas deixou a torta na casa da namorada e avisou que iria tentar localizar o automóvel. Seu objetivo era anotar a placa para registrar uma ocorrência.
O pai dele, o autônomo Adélio Kappes, 58, preocupado, foi atrás do filho em sua caminhonete. Pai e filho encontraram o Corsa branco estacionado próximo a uma residência, a cerca de duas quadras de onde a família se reunia para o aniversário. Doglas pediu ao pai que copiasse a placa.
Nesse mesmo instante, o motorista teria saído da casa e, depois que Doglas deu a partida em seu Corsa verde, seguido ele de carro. Com um problema mecânico, a caminhonete do pai ficou parada no caminho. A 50 metros de Adélio, Doglas parou o Corsa para juntar uma calota que havia se soltado na colisão ocorrida 10 minutos antes.
Chamadas para ajudar Adélio com a caminhonete, sete pessoas, entre parentes e amigos, depararam com o veículo do suspeito. Conforme as testemunhas, de dentro do Corsa branco, o motorista teria acionado duas vezes em direção ao grupo o gatilho de uma arma, supostamente uma espingarda, que falhou.
— Acho que ele não sabia quem era a pessoa que ele estava procurando e tentou atirar naqueles que viu na rua — acredita outro amigo da vítima, integrante do grupo.
Depois, o homem teria atirado novamente, agora contra o instrutor, que estava fora do carro e levou o tiro na cabeça. As testemunhas acreditam que o assassino buscou a arma na casa em que estava no Jardim Eldorado, mas essa não seria sua moradia. Segundo parentes e amigos, a vítima e o autor do tiro não se conheciam. Socorrido pelos amigos, o rapaz morreu no Hospital Pompéia, às 19h de domingo. — Quando vi, o piá estava caído. Não tem explicação. Não consigo acreditar que ele está ali dentro do caixão — desabafou o pai, durante o velório, na manhã desta segunda-feira.
Rapaz iria casar no final do ano
Doglas é descrito como um motorista paciente e zeloso com o carro. Trabalhava havia cerca de três anos no Centro de Formação de Condutores Santo Antônio.
— Por isso, ele foi atrás do motorista. Cuidava demais do carrinho dele — revelou o pai.
A vítima foi atingida em frente ao prédio onde fica o apartamento comprado recentemente. Ele iria morar no imóvel com a noiva, Francieli, com quem planejava casar no final do ano. Receberia as chaves da residência nos próximos dias.
— Era um filho amoroso. Ligava três a quatro vezes por dia para casa para saber como nós estávamos — contou a mãe, Valeria, 57.
Naturais de Crissiumal, no noroeste do Estado, os Kappes fixaram-se em Caxias em 1993. Doglas foi sepultado após as 16h30min desta segunda-feira, no Cemitério Cemitério Público Municipal II.
Além da noiva e dois pais, ele deixou um irmão, uma cunhada e duas sobrinhas.
PIONEIRO.COM
Segundo o colunista do www.guiacrissiumal.com.br Dr. Figueiredo, Doglas e seus pais residiram em Crissiumal, na Vila Paraíso, onde seu pai era proprietário de uma padaria.
Postado: Clécio Marcos Bender RuverTweet |