A maior queda longitudinal do mundo já não é vista há mais de 15 dias
A maior queda longitudinal do mundo já não é vista há mais de 15 dias. Localizado na Reserva Florestal Estadual do Turvo, no município de Derrubadas, o Salto do Yucumã possui 1.800 metros de extensão em quedas, com uma média de 10 a 20 metros de altura. Segundo lideranças de Derrubadas, desde outubro do ano passado, não foram registradas quedas d’água superiores a um metro e meio. Uma das causas apontadas pelo fenômeno pode ser a Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó localizada no rio Uruguai, entre os municípios de Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS).
O prefeito de Derrubadas, Almir Bagega, informa que a prefeitura esta tentando há algum tempo agendar uma audiência pública com os responsáveis pela barragem a fim de esclarecer qual o motivo da grande liberação de água que está ocorrendo. O prefeito salientou que o problema pode ser a chuva que atinge algumas regiões de Santa Catarina, mas, mesmo assim, a administração quer uma resposta oficial da empresa. Bagega disse que se a companhia que administra a represa não atender as solicitação de uma reunião com lideranças de Derrubadas, a prefeitura acionará o Ministério Público para intermediar o caso. O secretário de Turismo de Derrubadas, Adelar Seffrin, confirma que já fazem mais de 15 dias que os 1.800 metros de quedas do Salto do Yucumã estão debaixo d’água.
Outra preocupação que ronda o possível sumiço das quedas do Salto do Yucumã é o projeto das usinas de Garabi e Panambi, que serão construídas nos municípios de Garruchos e Alecrim. Num evento realizado na Argentina na última semana, foram tratados alguns detalhes referentes ao tamanho das barragens que elevaria as águas do Rio Uruguai em quatro metros na região do Salto do Yucumã, encobrindo as quedas. Lideranças regionais e de Derrubadas conseguiram reivindicar uma diminuição no tamanho da barragem, evitando a perda do bem natural. Mesmo assim, o Salto do Yucumã pode sofrer danos ambientais, assim como a Reserva Florestal do Turvo, que terá alguns hectares de mata nativa inundados.
A Eletrosul informou que a empresa Camargo Correa fará um levantamento de campo nos próximos dias. Até o dia 18 de março, na reunião do consórcio em Buenos Aires, a prefeitura de Derrubadas terá de elaborar um levantamento das conseqüências ambientais que a barragem irá causar, para reivindicar mudanças. A partir desta data, segundo a Eletrosul, nenhuma reclamação será analisada. O secretário de Turismo derrubadense revelou que não há tempo hábil e nem pessoal para executar tamanho estudo.
Fonte: Tiago Albarello - PROVÍNCIA
Postado: Clécio Marcos Bender Ruver| Tweet |  |
