Homem não aceitava separação e, com a menina doente, esperava se reconciliar com a ex-mulher
Um morador de Ivoti, no Vale do Sinos, confessou no domingo à polícia que envenenou a filha, de um ano e 10 meses. A criança foi parar em um hospital de Novo Hamburgo, com intoxicação. O delegado Flademir Paulino de Andrade, responsável pela investigação, vai indiciar o pai por tentativa de homicídio qualificado.
O homem, de 22 anos, está separado há dois meses e divide a guarda da menina. No sábado, ele passou o dia com a filha, que foi entregue à mãe, de 19 anos, no domingo pela manhã. Ainda no domingo, a bebê passou mal e foi levado a um hospital de Novo Hamburgo. Lá, o médico que tratou da criança estranhou um forte hálito de solvente. A mãe perguntou ao ex-companheiro o que a menina havia ingerido e ele disse que achava que o leite da mamadeira estava estragado. O médico pediu para o pai pegar o produto em casa. Como o homem demorou mais de duas horas, a conselheira tutelar que acompanhava o caso chamou a Brigada Militar.
Pressionado pelos policiais militares, o pai confessou que colocou cerca de 5ml de fluído de isqueiro na mamadeira da criança. Conduzido à delegacia de Pronto Atendimento de Novo Hamburgo, o homem contou à delegada de plantão que demorou para voltar ao hospital porque comprou vários litros de leite, mais fluido de isqueiro e solvente para dar a entender que o lote todo do produto estava contaminado. Na lixeira do hospital, policiais encontraram a seringa com que os intoxicantes foram injetados.
O pai disse à delegada que a intenção não era matar a filha. O homem contou que quando a filha adoeceu, em uma outra ocasião, o casal se reaproximou, e que esperava o mesmo, desta vez.
Como já havia passado o tempo do flagrante, o homem foi liberado pela plantonista. Segundo o delegado Andrade, as qualificadoras do crime são o meio cruel (envenenamento) e o motivo fútil (reconciliação com a ex-companheira). A menina já passou pelo exame de corpo de delito no Departamento Médico Legal (DML) e o material apreendido foi encaminhado ao Instituto Geral de Perícias (IGP) para análise.
Fonte: Radio Guaíba
Tweet |