Notícia

Leite - 05/03/2011 - Notícias do Cenário Leiteiro 05032011


Leite/RS - A região Norte do Rio Grande do Sul foi beneficiada com o clima que vem fazendo desde o final do ano passado. A previsão de ocorrência do fenômeno La Niña, não se configurou na região e, pelo contrário, as chuvas foram acima das médias históricas nos últimos meses. Com isso, tanto as lavouras de milho e soja quanto a produção leiteira estão em alta e a quebra que normalmente acontece nesta época no ano na produção de leite não está acontecendo. Para o restante da estação, as expectativas são muito boas, conforme prevê o presidente da Agroleite, Luiz Ireno Lorenzato. “A previsão era para fazer muito sol, mas choveu bastante. Então este ano, para a produção leiteira, está sendo muito bom. (Agrolink) Agroleite - A cooperativa, que agrega 65 produtores de leite, além de outros das mais variadas atividades da agricultura familiar, também está conseguindo um valor considerado bom para o litro do leite. “Na cooperativa conseguimos pagar por volta de R$ 0,60 ou R$ 0,61 pelo litro. Se não fosse via cooperativa, o valor seria menor, não chegaria aos R$ 0,50”, argumenta. O valor é, historicamente, segundo Lorenzato, bastante acima da média. Além de receber o leite dos produtores, a Agroleite trabalha com a pasteurização e ensaca o produto. São cerca de três mil litros por dia, demanda para a qual já existe consumidor garantido. Além do leite, os associados são responsáveis, especialmente, para a merenda escolar das escolas municipais e algumas estaduais. “Melhoramos a qualidade do nosso leite e estamos aumentando nosso mercado. (Agrolink) Crise que se alastra pelos países árabes aumenta os preços do agronegócio À medida que a crise no mundo árabe se alastra, seus efeitos sobre o restante do globo vão sendo sentidos. Trata-se de importante região produtora de petróleo e altamente dependente de importações, inclusive do agronegócio. Os altos preços dos alimentos, aliás, foram relevantes para o surto de revoltas nessa região de elevada concentração de renda e de marcante pobreza. Quando o turbilhão atingiu a Líbia, ficou sob risco direto o suprimento de petróleo, especialmente na Europa, com destaque para Itália, França e Alemanha. O mercado mundial reagiu com expressiva elevação de preços. Permanecendo esse quadro, ficaria caracterizado um choque de oferta, com o conhecido resultado de aumento da inflação e de queda da atividade econômica. O aumento do petróleo aprofunda as dificuldades decorrentes de já se encontrarem altos os preços de produtos vinculados a recursos naturais (alimentos, fibras, minérios, metais), cuja oferta não acompanha o crescimento da demanda mundial. Como os desarranjos produtivos no norte da África dificilmente serão superados rapidamente, paira sobre a economia global o espectro de recaída numa crise, ainda em processo de superação. É importante, porém, ter em conta que os impactos de aumento no preço do petróleo hoje são menores do que no passado. Muitos países têm, atualmente, um sistema produtivo bem mais eficiente no uso da energia. É provável que, embora prossiga a ressaca da crise anterior, os maiores estragos da nova crise se restrinjam aos próprios países árabes. Para o agronegócio, importa saber que boa parte do crescimento esperado na demanda de alimentos na próxima década está associada aos países da África e do Oriente Médio. Daí que, em sequência imediata ao agravamento da crise na Líbia e seus reflexos sobre o preço do petróleo, os mercados de grãos -como trigo, soja e milho- reagiram com forte baixa. Na mesma direção atuaram as notícias de que China e Índia buscavam uma pequena frenagem em suas locomotivas econômicas. O que a experiência ensina é que os preços de alimentos e petróleo -e commodities em geral- tendem a se movimentar nas mesmas direções, embora no curtíssimo prazo possam seguir rumos discrepantes. Tanto na crise dos anos 1970 como na de 2008, distúrbios na produção de petróleo e transtornos climáticos levaram a altas substanciais de preços de ambos. Imprevidências na condução de políticas macroeconômicas agravaram os efeitos perversos do choque de oferta. Tudo isso considerado, é provável que a crise no norte da África traga alguma turbulência sem, porém, alterar significativamente o quadro de alta de preços tanto de petróleo como de alimentos, enquanto for mantido o atual crescimento rápido mesmo diante do aumento da inflação mundial. Após a queda, os mercados de grãos, prudentemente, parecem ter entrado em ritmo de espera para melhor avaliar a extensão dos danos da crise e dos ajustes em andamento. A matéria foi publicada no jornal Folha de São Paulo. Demanda da China sustentará preços em médio prazo O aumento nas receitas na Rússia, Oriente Médio, Ásia, e principalmente China, significa um maior apetite por produtos lácteos, de acordo com a Agência Australiana de Agricultura, Recursos Econômicos e Ciência (Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences - ABARES). "As importações chinesas de leite em pó integral têm aumentado significativamente desde 2009 e deverão alcançar cerca de 400 mil toneladas em 2011, cerca de 25% do comércio global", disse Barrett. A demanda também está sendo direcionada pelas maiores receitas e maior participação dos lácteos na dieta. A confiança na segurança do leite da China ainda não se recuperou do escândalo de contaminação do leite com melamina em 2008, quando esse composto tóxico presente em fórmulas infantis afetou 50.000 crianças chinesas. Os preços mundiais dos lácteos deverão "ficar em média cerca de 30-40% maiores em termos reais, comparado com o período de cinco anos atrás, da safra 2006-07". Entretanto, qualquer um que alimente suas vacas perceberá o quanto os altos preços dos grãos prejudicam as margens de lucros e isso será sentido globalmente. Somado a esse fator está a crescente produção de leite e queijos na Europa Ocidental e no Reino Unido. Postado: Leomar Martinelli
Vídeos