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Saúde - 22/04/2025 - Alerta para avanço das doenças respiratórias com chegada das baixas temperaturas


Somente a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) já causou mais de 200 mortes no RS neste ano

As doenças de inverno preocupam e o alerta está aceso com a chegada das baixas temperaturas. Conforme o Painel de Hospitalizações da Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Rio Grande do Sul registrou, apenas neste ano, até a manhã de terça-feira, mais de 2,4 mil internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), além de 213 mortes, com um índice de letalidade hospitalar superior a 8%. No ano passado, 1.465 pessoas morreram desta doença no RS, com porcentagem de óbitos similar.

Em 2025, praticamente três a cada dez pessoas internadas precisaram de UTI, e, no ano passado, 26% tiveram piora clínica. “Há uma vigilância constante nestas hospitalizações, e é bom recordar que a SRAG representa um conjunto de doenças respiratórias, geralmente virais, mas que também podem ser causadas por bactérias, que levam a um quadro grave com necessidade de hospitalização, e muitas vezes suporte de oxigênio”, comenta o médico Fabrizio Motta, infectologista cooperado da Unimed Porto Alegre.

As doenças respiratórias eram, na terça, o segundo principal grupo causador de internações em hospitais de Porto Alegre, com 311 pessoas nesta condição, atrás apenas de pacientes oncológicos, com 364, conforme o Dashboard das Emergências da Capital. A prevenção, neste ponto, tem um papel muito importante, salienta ele. Com o avanço do outono e a redução das marcas nos termômetros, convém serem reforçadas algumas medidas tomadas durante a pandemia da Covid-19.

Entre elas, evitar aglomerações, especialmente em locais fechados, buscar arejar salas, limpeza do ar-condicionado e higiene constante das mãos ao circular em lugares públicos. “No outono e principalmente no inverno, em que temos as alergias todas descontroladas, acabamos levando muito a mão ao rosto, coçando o nariz, passando aos olhos, e, com isso, acabamos levando estes vírus que tocamos para dentro da nossa mucosa respiratória”, alerta Motta.

 

Retomada das medidas contra a Covid-19

“Quando se está doente, com uma gripe, por exemplo, deve-se evitar visitar parentes, porque estamos levando conosco também aquele agente infeccioso, e, no trabalho, procurar fazer inclusive o home office, quando possível, pelo mesmo motivo”, acrescenta o profissional cooperado da Unimed Porto Alegre. Aliás, quanto à influenza, a vacinação ingressou na terceira etapa nesta terça na Capital, com forças de segurança, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo, portuários e trabalhadores dos Correios incluídos entre os grupos prioritários na rede pública.

A vacinação contra a Covid-19 produziu efeitos globais quase imediatos, com queda na incidência desta doença. Já o imunizante contra o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos, de acordo com o Ministério da Saúde, foi incorporado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para aplicação em gestantes em fevereiro deste ano.

Ele tem potencial de prevenir cerca de 28 mil internações anuais e proteger até dois milhões de bebês no país. Além disso, uma medicação associada já está incorporada pela Unimed Porto Alegre. “O VSR é um vírus que afeta muitas crianças, e quando há alguma comorbidade associada, o risco é ainda maior, assim como nos idosos”, finaliza o médico, especialista em pediatria.

Fonte: Correio do Povo

Postado: Clecio Marcos Bender Ruver
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