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Texto de Opinião - 19/11/2024 - Multiplica o salário por 6 - Por Marcelo Blume


GESTÃO, NEGÓCIOS & CIA – Marcelo Blume marcelo.blume@referenda.com.br

A internet está cheia de propostas mirabolantes, milagrosas, mágicas, para multiplicar a renda. Quem tem um pouco de leitura e vivência sabe que os recursos não se multiplicam nem fácil, nem rapidamente. Uma das formas mais seguras de multiplicar a renda exige um tanto de esforço, pois inúmeras pesquisas mostram que aumentando o número de anos de estudo, aumenta proporcionalmente a renda.

Ter um ensino superior de qualidade é o grande diferencial para aproveitar as muitas oportunidades que surgem, inclusive para percebê-las. Além disso, conforme mostra o estudo publicado pelo Insper, os profissionais com nível superior têm ganhos de até 6 vezes mais do que trabalhadores com menores níveis de escolaridade. Essa diferença salarial é também consequência dos efeitos da economia brasileira. Os números que deram suporte ao estudo foram extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e tiveram como base o rendimento mensal habitual do trabalho principal dos brasileiros.

Quanto maior a escolaridade, melhores são as oportunidades de renda. Embora ainda haja em torno de 7% de desempregados no Brasil, por outro lado há um grande número de vagas de trabalho não preenchidas, que se avoluma a cada pequeno aumento das atividades produtivas. Uma das barreiras para maior agregação de valor a produção nacional é a falta de profissionais qualificados.

Outra situação tão importante quanto o nível de renda, é a recolocação dos profissionais, quando perdem a vaga, pois as pesquisas baseadas no CAGED (cadastro geral do emprego no Brasil) mostram que quanto maior a escolaridade, mais rápida é a recolocação. Também é fato conhecido, que os candidatos menos escolarizados enfrentam um número cada vez mais restrito de vagas, e/ou com maiores dificuldades em relação a ergonomia, segurança, insalubridade, e a periculosidade. As pesquisas indicam que no ano passado a ocupação dos trabalhadores sem instrução ou com menos de um ano de ensino recuou em torno de 20%, em relação ao ano anterior, enquanto que entre os brasileiros que concluíram o ensino médio, a ocupação cresceu 2% ano e, para os trabalhadores com ensino superior, o avanço foi de 5,3%.

A literatura mostra há muito tempo que uma das maneiras mais efetivas de aumentar os níveis de emprego e especialmente de renda nos municípios é estimular o aumento do nível médio de escolaridade da população. É possível que algum leitor esteja pensando que não viu os candidatos prometerem soluções neste sentido nas últimas eleições municipais. Evidentemente um grande número de eleitores não tem estas informações e por este motivo, também não são geradas demandas por estímulos a escolaridade, em pesquisas de percepções, de intenções de voto, e nem protestos pela falta destes incentivos. Por outro lado, boas lideranças comunitárias, pessoas realmente preocupadas com o melhor por seu município, estado, devem primeiramente entender o que faz o seu município desenvolver e na sequencia desenvolver propostas que façam o bem para a comunidade, mesmo que seus eleitores não tenham informações para gerar estas demandas.

Voltando a provocação do título, há muita gente atrás da multiplicação máxima de sua renda, com minimização dos seus esforços. Precisamos auxiliar que mais gente entenda que a única atividade que gera renda é o trabalho e que quanto mais qualificada a função, maior a renda sobre o trabalho. Portanto, uma forma segura de aumentar a renda e garanti-la por mais tempo é aumentar os anos e os níveis de estudo. Para aumentar a arrecadação de municípios e estados, é preciso aumentar o nível médio de renda da população, quando a capacidade de consumo é diretamente proporcional ao nível médio de escolaridade.

Um abraço a todos e até a próxima!

Postado: Leila Ruver
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