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Geral - 01/08/2011 - Movimento em municípios do Noroeste é contra construção de barragens no rio Uruguai


 

Ambientalistas e moradores dos municípios banhados pelo rio Uruguai na Fronteira Noroeste do Estado manifestam-se contra barragens no manancial. O grupo integra a Associação Amigos do Rio Uruguai, e tem o apoio da Associação dos Amigos dos Animais, ambas de Santa Rosa. O ambientalista Lothar Kühn explica que está se fortalecendo um movimento contra a construção das represas. Ele justifica que há outras maneiras de gerar energia, entre elas por meio dos ventos e da luz solar. "As barragens destroem a fauna e a flora da região, além da beleza natural, lendas e histórias do povo que vive em torno desse rio", destaca.

A ação ocorre em resposta a um projeto dos governos brasileiro e argentino, que se preparam para construir duas barragens no rio Uruguai, uma no município de Alecrim e outra em Garruchos, ambas no Noroeste gaúcho. As obras devem se iniciar em 2012, ao custo de R$ 4 bilhões. O empreendimento tem previsão de término para 2018, com expectativa de empregar 10 mil trabalhadores, e busca tornar o Rio Grande do Sul autossustentável no que se refere à energia. Mas os ambientalistas justificam que a obra trará prejuízos ao rio, considerado patrimônio histórico.

Kühn é autor de diversos artigos que defendem o meio ambiente, muitos publicados em jornais locais. O último deles trata de forma específica das barragens no rio Uruguai. O ambientalista cita o exemplo das cheias no manancial como um problema provocado pelas barragens. Segundo ele, a vazão da água não é controlada e, quando é largada, é de uma vez, em períodos de muita chuva, como ocorreu neste mês na região. O alto índice de precipitação no Estado e em Santa Catarina obrigou as barragens das usinas de Itá e Foz do Chapecó a abrirem as comportas, aumentando a vazão de água no rio. A medida provocou cheia na Fronteira Noroeste, alagando estradas da área rural e interrompendo a travessia de balsas nos municípios de Porto Mauá, Porto Xavier e Porto Vera Cruz.

O grupo planeja uma série de palestras na comunidade e em escolas da região, para discutir o tema, alertando a população sobre a importância de preservar o Uruguai e o impacto causado por barragens em mananciais. O ambientalista afirma que sepultar vivo o rio é um crime hediondo.


Fonte: Correio do Povo / Região Celeiro

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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