Os primeiros brancos
Após os 50 anos, falhas na hora de se lembrar das coisas costumam cair na conta do envelhecimento. Tanto que quase todo mundo já ouviu a frase “a culpa é da idade” para explicar o esquecimento de compromissos ou dificuldade em executar duas tarefas simultâneas sem se embananar. Contudo, nas últimas décadas, os médicos começaram a rever a história de que esses déficits na memória são naturais com o avançar do tempo. E daí emergiu o conceito de comprometimento cognitivo leve, conhecido pela sigla CCL. Estima-se que 13,2% dos idosos tenham a condição, segundo pesquisa de 2009 conduzida pela UFRGS.
As habilidades que mais sofrem com o comprometimento cognitivo leve são:
Memória – Esquece eventos recentes e repete as mesmas perguntas ou relatos.
Planejamento – Possui dificuldade para organizar tarefas, interpretar instruções e tomar decisões.
Atenção – Perde com frequência o fio da meada durante conversas, filmes e leituras de livros.
Linguagem – Demora para encontrar as palavras e se enrola ao longo dos diálogos.
Julgamento – Torna-se mais impulsivo e sofre para avaliar questões do cotidiano.
Visão – Tem menor capacidade para determinar distâncias, por exemplo.
O tratamento é definido conforme a causa do CCL, que vai de suplementos para deficiências nutricionais a antidepressivos contra a melancolia profunda. Para todos os casos, no entanto, a conduta envolve a adoção de uma rotina equilibrada, até porque não existe um remédio específico para a condição. Uma pesquisa recente revelou que a união entre cardápio equilibrado, exercícios mentais e treinos físicos ajuda a preservar a lembrança dos pacientes.
Fonte: Revista Saúde, nº 408
Postado: Leila RuverTweet |