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Texto de Opinião - 07/02/2018 - Orientação Sexual nas Escolas


Bernadete Boelhouwer Simionato, professora da Rede Municipal de Ensino

Quando se fala em orientação sexual nas escolas remete-se ao objetivo de que os alunos tenham um melhor entendimento da sociedade em que estão inseridos e assim possam tomar decisões de forma mais segura e com mais informações.

Trabalhar sobre a orientação sexual nas escolas é preparar os jovens para que identifiquem e se protejam de possíveis abusos ou de exploração por parte de adultos. Para que isso aconteça os jovens precisam ter claro o que é dar e receber um consentimento sexual perceber quando uma situação ou alguém passou dos limites e saber a quem recorrer.

É comum encontrarmos programas isolados sobre o tema tanto nas escolas públicas como nas particulares, porém não há um projeto no currículo para os alunos. Na rede pública é mais comum que ocorram programas de orientação sexual, pois é nestas onde se vê a gravidez na adolescência de forma mais frequente, e em consequência o abandono escolar das meninas que engravidam. Já nas escolas particulares isso não ocorre com frequência, pois muitos acabam praticando aborto.

A orientação sexual ainda é um tema cercado de muitos tabus, conservadorismo, traumas e assim muitos pais não se sentem a vontade ou preparados para falarem sobre isso. Dessa forma as escolas deveriam assumir este papel. Por outro lado as escolas acabam por não terem orientação sexual em seus currículos por acreditarem que este deva ser um tema trabalhado pela família, além da alegação de que há falta de profissionais preparados para ensinar sobre o tema.

Segundo Laura Mont Serrat, “a orientação sexual não pode ser uma matéria escolar, por que a sexualidade faz parte da vida, é uma matéria dinâmica do cotidiano e não dos livros, do quadro de giz e sessões de vídeo”. 

Orientação sexual nas escolas não é algo apenas para ensinar sobre DST ou prevenir gravidez, mas para ajudar os adolescentes a entenderem as mudanças que ocorrem em seu próprio corpo, isso gera preocupação para os jovens de forma que lhes tire a atenção às aulas, que importância terá as outras matérias e conteúdos perto das dúvidas e tabus que estão ocorrendo com seu próprio corpo.

Orientação sexual nas escolas pode interferir na vida dos jovens de modo que eles adiem sua vida sexual e a tenham de forma mais responsável, desse modo estaremos trabalhando ainda a cidadania e direitos humanos.

 

Postado: Leila Ruver
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