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Texto de Opinião - 02/03/2017 - Uma visão da palavra TEXTO


Por Professora Daiana Caneppele dos Santos

A palavra “texto” é uma das mais utilizadas no cotidiano escolar e também fora dele. E justamente por ser tão usual e comum, criou-se uma imagem de que todos sabem o que é um texto e ,mais do que isso, de que todos têm condições de produzi-lo. Esta popularização do termo “texto” trouxe inúmeros problemas a nós professores. 

 

No entanto, se todos conseguem reconhecer o que é um texto, por que sua produção é tão difícil para a maioria dos alunos? Primeiramente por que é necessário terem-se claras as diferenças entre falar e escrever. Na linguagem oral, o falante tem conhecimento da situação, sabe com quem fala e em que contexto. O interlocutor pode intervir, pedir esclarecimentos e, até mesmo, mudar o rumo da conversação. Ainda, tanto o falante quanto o interlocutor podem recorrer a recursos que não são linguísticos, tais como, expressões faciais e gestos. 

 

Já na produção escrita, a falta desses recursos deve ser suprida pelo texto, que deve se organizar de forma a garantir sua inteligibilidade, ou seja, as regras próprias da escrita, como por exemplo, concordância, acentuação, pontuação, etc. Entretanto, a mera utilização destes recursos não garante a eficácia de um texto escrito.

 

No texto escrito, é necessário preocupar-se com a constituição de um discurso, ou seja, um ato de linguagem no qual exista uma integração entre o locutor e o interlocutor, além é claro, a finalidade para a qual o texto foi escrito. Para que o produtor de textos tenha sucesso é preciso que os constituintes do discurso se refiram mutuamente, formando um todo significativo, em que haja coesão e coerência.

 

Dessa forma, produzir um texto escrito significa muito mais que o uso correto das normas escritas. É necessário ter algo “para dizer” e “ para quem dizer”. Também, não podemos esquecer que a produção textual configura-se como uma construção do próprio discurso, na qual os momentos citados anteriormente estão presentes e servem de “norte” para a elaboração do texto. Entretanto, os elementos que estão no interior do texto devem estabelecer uma ligação entre suas partes, formando elos significativos e referindo-se entre si.

 

Neste enfoque, podemos dizer que “texto” é entendido como uma unidade da língua, como uma função comunicativa, caracterizada por princípios como coesão e coerência.

 

Infelizmente, muitos de nossos alunos, ainda, enfrentam uma luta muito especial com relação à produção de textos escritos, no entanto, não têm problemas para se expressarem oralmente. As dificuldades aparecem quando são solicitados a produzirem um texto escrito, pois desconhecem os recursos linguísticos de que dispõem para tanto. Cabe a nós professores, não somente de língua, sanar essas dificuldades e mostrar a eles o quanto pode ser prazeroso escrever um texto.

 

Daiana Radtke Caneppele dos santos, Graduada em Letras e Respectivas Literatura e Pós Graduada em Educação Infantil e Alfabetização.

 

 

Postado: Leila Ruver
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