Ontem, 265 mil clientes da CEEE ficaram sem energia na Região Metropolitana
Desde o ano passado, técnicos e especialistas vêm advertindo que, sem novas grandes obras de geração, o abastecimento de energia elétrica no verão de 2011 pode enfrentar uma crise no Rio Grande do Sul. O atraso em obras que aumentam a quantidade de energia trazida do Sudeste para o Estado também poderia contribuir para um apagão.
— Com o atraso das obras, já havia a previsão de que o Rio Grande do Sul seria um dos primeiros a sofrer com a escassez de energia. Aneel e ONS nos avisaram que o Estado era o problema mais crítico — avaliou Paulo Milano, consultor em energia elétrica.
Aneel é a agência federal que regula o setor, e ONS administra o sistema nacional que complementa com energia "importada" o abastecimento do Estado. Relatório do Operador Nacional do Sistema (ONS) do ano passado advertia que as condições "se agravam a partir de 2011".
Além de provocar aumento de consumo — por exigir mais uso de refrigeração e de climatização —, a alta temperatura deixa a linha de transmissão mais suscetível a problemas. Por isso, enquanto no país o horário de maior consumo fica entre o final da tarde e o início da noite, no Estado costuma ocorrer às 14h30min, próximo do momento em que problemas em linha de transmissão deixaram 265 mil clientes da CEEE sem energia ontem na Região Metropolitana.
— Minha maior preocupação é com o mês de março, quando Porto Alegre estará lotada, as indústrias estarão produzindo a pleno e haverá altas temperaturas — diz Milano.
ZERO HORA
Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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