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Leite - 20/01/2011 - Laticínios 100% halal


Toda a produção da empresa paranaense Pic Nic é feita sobre as regras islâmicas.

 

 

Toda a produção da empresa paranaense Pic Nic é feita sobre as regras islâmicas. São queijos, manteigas, requeijões, soros, entre outros produtos. Agora, a meta é exportar.

Aurea Santos aurea.santos@anba.com.br  

 

Há três anos, a empresa de laticínios Pic Nic obteve a certificação halal da Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (Cibal Halal). Hoje, 100% da produção da companhia é realizada sob as regras islâmicas. São queijos, concentrados de soro, manteigas, requeijões e cremes de leite, sendo que 90% do total é vendido para grandes fabricantes de alimentos e 10% para o consumidor final. Agora, a meta da Pic Nic é começar a exportar. A empresa já está buscando a habilitação para vender para os países do Mercosul, mas sabe que a produção halal é uma porta aberta para exportar aos árabes.


“A gente vê com bons olhos [a possibilidade de vender aos árabes], tanto que estamos buscando esta habilitação para tentar entrar em outros mercados. Acredito que teremos um bom ganho”, diz Juliano Valério, responsável pelo controle de qualidade da Pic Nic.


Somente de queijos, a empresa fabrica 20 toneladas por dia, de manteiga são mais 10 toneladas. Valério não revela o faturamento da companhia, que é de médio porte, mas conta que espera um aumento da produção quando começarem as exportações. “A gente acredita que, depois que sair a habilitação, haverá um aumento de, no mínimo, 10%.”


Segundo Valério, a empresa buscou a certificação halal a pedido de um de seus clientes. A Pic Nic fornece matérias-primas para alguns dos maiores produtores e vendedores de alimentos do Brasil, como Bauducco, Polenghi, Kraft Foods, Pizza Hut, Perdigão, Sadia, Dr. Oetker, Casa do Pão de Queijo, entre outros. Seus produtos servem como ingredientes para pizzas, processados, molhos, panetones, ovos de páscoa, etc.


No mercado interno, os produtos podem ser encontrados principalmente na região da Grande São Paulo. Aqui, os alimentos são vendidos também com o selo halal. Para Valério, a produção dos laticínios segundo as leis islâmicas trouxe benefícios para a empresa. “Há cuidados que você tem que tomar na escolha da matéria-prima, isso te dá um produto de maior qualidade. Você paga mais caro nos insumos, mas acaba sendo mais vantajoso”, relata.


Além da qualidade superior dos produtos, a certificação halal trouxe vantagens comerciais. “Facilitou para que a gente conseguisse novos clientes. Para alguns, foi um diferencial, facilitou a entrada naquele cliente”, conta. A Pic Nic tem sua sede na cidade de Tapejara, no Paraná, e emprega 250 funcionários diretos.



Mercado halal


De acordo com dados da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), o mercado halal movimenta, em todo o mundo, mais de US$ 400 bilhões, com crescimento de 15% ao ano. Levantamento realizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira mostra que os países árabes importam cerca de US$ 70 bilhões de produtos agroindustriais e que o Brasil supre apenas 10% desse total.

 

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe

 

Postado: Leomar Martinelli
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