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Polícia - 08/06/2011 - Homem que atirou em instrutor de autoescola de Caxias do Sul revela detalhes da briga


Paulo Sérgio Cândido Leal alega legítima defesa ao desferir tiro fatal em Doglas Kappes

 

Na noite de terça-feira, o comerciante Paulo Sérgio Cândido Leal, 39 anos, se entregou à polícia e explicou como uma briga de trânsito o levou a atirar e matar o instrutor de autoescola, o crissiumalense Doglas Rafael Ebert Kappes, 27 anos. Leal afirma que agiu em legítima defesa.

Confira trechos da entrevista ao jornal Pioneiro:


Pioneiro – O que originou tudo?

Paulo Sérgio Cândido Leal –
Fui ultrapassar pela esquerda, ele (Doglas) me cortou a frente, não me deixou passar. Eu abri (ultrapassou), acelerei e fui embora. Ele se aproximou, vi que estava bem alterado e ultrapassou, cortou minha frente e freou de propósito. Ultrapassei de novo. Em uma reta ele forçou a ultrapassagem pela terceira vez. Ali eu não deixei passar. Foi quando ele bateu com a calota do carro na calçada. Daí, ele bateu o canto da frente do carro dele na traseira do meu carro. Dei uma rodopiada, recuperei o controle e fui embora. Entrei em uma rua sem saída onde fica a casa de meu amigo marceneiro.

 

Pioneiro – O que houve em seguida?

Leal –
Entrei na casa do meu amigo. Uns cinco minutos depois, ele (Doglas) voltou. O pai dele veio em uma Parati ou Belina cinza. Ele (Doglas) mandou o pai anotar a placa e gritou: vamos embora. Eu saí da casa, fui no meu carro e disse a ele: “Ah, tu quer o número da placa? Então eu vou te dar o número da placa.” Abri o porta-malas onde guardava minha arma (um rifle) que uso para caçar. Estava descarregada. Peguei a arma e mostrei. Ele (Doglas) saiu de ré. Então, embarquei no carro e fui atrás. Dei a volta na quadra. Nesse meio tempo, carreguei a arma, encontrei o pai dele na esquina. Parei do outro lado da rua, só mostrei a arma para afugentar. O rapaz veio com o carro e passou por trás do meu. Naquela hora eu não tinha intenção de atirar. Tinha colocado as balas, mas sem engatilhar. Nisso, o pai dele veio a pé com um facão e tentou me acertar. O facão quebrou a calha de chuva do meu carro. Quando tentou me acertar de novo, arranquei o carro e ele veio pendurado na porta. Ele se soltou e segui adiante. Daí, sim, engatilhei a arma. Quando dobrei a esquina, ele (Doglas) estava parado no meio da rua e veio contra mim com outro facão.

 

Pioneiro – O Doglas estava a pé?

Leal –
Sim. Desviei dele segurando com uma mão no volante e, com a outra, atirei.

 

Pioneiro – O senhor alega legítima defesa?

Leal –
Com certeza. Tinha minha arma no porta-malas porque sempre levo junto, carrego as balas no porta-luvas.

Pioneiro – Por que o senhor carregou a arma então?

Leal –
Eu ia dar um tiro só para assustar. Como ele estava longe, só puxei para fora do carro no começo.

 

Fonte: Jornal Pioneiro / Zero Hora


Ao se entregar à polícia, Leal (D) afirmou ter sido atacado com um facão
Foto:Juan Barbosa / Agencia RBS

 

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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