Paulo Sérgio Cândido Leal alega legítima defesa ao desferir tiro fatal em Doglas Kappes
Na noite de terça-feira, o comerciante Paulo Sérgio Cândido Leal, 39 anos, se entregou à polícia e explicou como uma briga de trânsito o levou a atirar e matar o instrutor de autoescola, o crissiumalense Doglas Rafael Ebert Kappes, 27 anos. Leal afirma que agiu em legítima defesa.
Confira trechos da entrevista ao jornal Pioneiro:
Pioneiro – O que originou tudo?
Paulo Sérgio Cândido Leal – Fui ultrapassar pela esquerda, ele (Doglas) me cortou a frente, não me deixou passar. Eu abri (ultrapassou), acelerei e fui embora. Ele se aproximou, vi que estava bem alterado e ultrapassou, cortou minha frente e freou de propósito. Ultrapassei de novo. Em uma reta ele forçou a ultrapassagem pela terceira vez. Ali eu não deixei passar. Foi quando ele bateu com a calota do carro na calçada. Daí, ele bateu o canto da frente do carro dele na traseira do meu carro. Dei uma rodopiada, recuperei o controle e fui embora. Entrei em uma rua sem saída onde fica a casa de meu amigo marceneiro.
Pioneiro – O que houve em seguida?
Leal – Entrei na casa do meu amigo. Uns cinco minutos depois, ele (Doglas) voltou. O pai dele veio em uma Parati ou Belina cinza. Ele (Doglas) mandou o pai anotar a placa e gritou: vamos embora. Eu saí da casa, fui no meu carro e disse a ele: “Ah, tu quer o número da placa? Então eu vou te dar o número da placa.” Abri o porta-malas onde guardava minha arma (um rifle) que uso para caçar. Estava descarregada. Peguei a arma e mostrei. Ele (Doglas) saiu de ré. Então, embarquei no carro e fui atrás. Dei a volta na quadra. Nesse meio tempo, carreguei a arma, encontrei o pai dele na esquina. Parei do outro lado da rua, só mostrei a arma para afugentar. O rapaz veio com o carro e passou por trás do meu. Naquela hora eu não tinha intenção de atirar. Tinha colocado as balas, mas sem engatilhar. Nisso, o pai dele veio a pé com um facão e tentou me acertar. O facão quebrou a calha de chuva do meu carro. Quando tentou me acertar de novo, arranquei o carro e ele veio pendurado na porta. Ele se soltou e segui adiante. Daí, sim, engatilhei a arma. Quando dobrei a esquina, ele (Doglas) estava parado no meio da rua e veio contra mim com outro facão.
Pioneiro – O Doglas estava a pé?
Leal – Sim. Desviei dele segurando com uma mão no volante e, com a outra, atirei.
Pioneiro – O senhor alega legítima defesa?
Leal – Com certeza. Tinha minha arma no porta-malas porque sempre levo junto, carrego as balas no porta-luvas.
Pioneiro – Por que o senhor carregou a arma então?
Leal – Eu ia dar um tiro só para assustar. Como ele estava longe, só puxei para fora do carro no começo.
Fonte: Jornal Pioneiro / Zero Hora
Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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