Segundo a Brigada Militar os dados, apesar de não serem públicos, não seriam sigilosos
O grupo de hackers que reivindica a invasão do site da Brigada Militar do Rio Grande do Sul divulgou, na noite deste sábado, uma lista de senhas de acesso ao portal e dados de apreensão de armas no Estado desde 2008. A BM garante que as informações não são sigilosas, apenas não estão disponíveis para acesso público no site.
Zero Hora entrevistou, por e-mail, a partir de contato via Twitter, um internauta que se apresenta como representante do grupo Havittaja, identificado como responsável pelo ataque ao site da BM neste sábado. Ele diz que mais informações obtidas nos sites invadidos serão divulgadas nas próximas semanas.
— As informações divulgadas não estão ao acesso da população e são sobre detalhes que estão no banco de dados — afirma o representante do grupo.
O Havittaja, como o grupo está denominado no Twitter e como assina nos sites derrubados, diz que já observava as manifestações de outros hackers internacionais, como o LulzSec, e vinha planejando ataques a sites do Brasil. Segundo eles, a motivação estaria na "vergonha que está o nosso país".
O grupo também diz ter investido contra o site da Polícia Científica de São Paulo e a unidades policiais militares do Distrito Federal, Santa Catarina e Mato Grosso. Em todos esses sites, eles teriam tomado posse de arquivos contendo dados confidenciais, embora não se tenha conhecimento de que dados são esses.
Segundo a Brigada Militar, as informações que foram divulgadas pelo grupo são repassadas para os comandantes das unidades pelo Estado e servem como apoio para o planejamento de operações. Os dados, apesar de não estarem sob acesso fácil na internet, não seriam sigilosos.
A BM informa que o acesso do grupo a essas informações não provocou qualquer alteração no banco de dados do site. No entanto, policiais militares técnicos em informática trabalharam durante todo o sábado para reforçar a segurança das páginas e colocá-las novamente no ar. Na segunda-feira, a corporação deve estrear um novo site.
— Nosso banco de dados está íntegro. Nada foi destruído, nada foi divulgado e, mesmo que fosse, nada é sigiloso. Temos cópias de segurança de tudo e mesmo que tivessem destruído, em menos de 24 horas colocaríamos tudo no ar novamente — garante o coronel Leonel Andrade, diretor da Divisão de Gerência de Redes do Departamento de Informática da BM.
Ainda na tarde de sábado, o Havittaja divulgou uma lista de sites derrubados, violados ou invadidos desde quarta-feira, inclusive em conjunto com outros grupos de hackers, como o LulzSecBrazil e o FatalError, que reivindicaram ações durante a semana. Ele diz que falou apenas com a representação internacional do LulzSec, o primeiro grupo a arquitetar a onda de ações.
— Por enquanto, só estabelecemos contato com o LulzSec internacional e óbvio que só começamos a atacar porque o grupo LulzSecBrazil não iria dar conta de tudo — garante.
O grupo diz que não há prazo para o fim das ações, que devem seguir durante as próximas semanas.
ZERO HORA
Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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