Leite sem resíduos químicos, o leite orgânico ganha mais espaço no Brasil. Atualmente, o País produz 5,5 milhões deste produto, o que representa apenas 0,01% do total de 28 bilhões de litros de leite produzidos por ano. Uma parceria entre a Embrapa Cerrados e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vai intensificar ainda mais este segmento.
O objetivo da parceria é fornecer tecnologia para a produção orgânica em diversas regiões brasileiras. O pesquisador da Embrapa, João Paulo Soares, destaca que entre as pesquisas desenvolvidas o manejo correto de pastagens é um fator fundamental.Os principais nutrientes para a produção de pastagens são o nitrogênio, o fósforo e o potássio. Soares contou que como fonte de nitrogênio usa-se convencionalmente a uréia, que não é permitida no sistema orgânico. Para isso, utiliza-se adubação verde, com leguminosas fixadoras de nitrogênio. "Como fonte de fósforo, são usados fosfatos de rochas naturais e para suprir de potássio, no lugar do cloreto de potássio, usamos o pó de rocha. Tudo é natural e não tem nada de adubo químico", contou João Paulo.
O projeto, que já foi iniciado, deve levar ainda mais três anos de pesquisas, e tem um investimento de R$ 1 milhão, disponibilizados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O pesquisador da Embrapa destaca algumas vantagens ao produtor. “O leite orgânico tem um preço maior, dado a qualidade do produto”, pondera. A região Sul é a maior produtora desse produto, ao todo são 10 mil litros por dia, ou 3 milhões de litros por ano. O Distrito Federal considerado a principal aposta do setor, chega a produzir por dia aproximadamente 3 mil litros de leite orgânico, e ao final de um ano quase 1 milhão de litros. O Sudeste mantém 1,8 mil litros por dia, com quase 650 mil litros por ano. Já no Nordeste a produção não ultrapassa os 500 litros por dia.
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