Homem queria um menino e já havia ameaçado a esposa
Uma mulher afegã foi morta por estrangulamento, aparentemente por seu marido, que ficou irritado com o fato de ela ter dado à luz uma segunda menina em vez do menino que ele queria, informou a polícia nesta segunda-feira. Trata-se de mais um dos terríveis exemplos de subjugação de mulheres que tem chegado às manchetes nos últimos meses. Dentre os casos há o de uma adolescente de 15 anos, torturada e forçada a se prostituir por seus sogros, e uma mulher que foi presa por adultério por ter sido estuprada.
O homem que matou a mulher, Sher Mohammad, fugiu do distrito de Khanabad, na província de Kunduz, na semana passada, praticamente no mesmo momento em que um vizinho encontrou sua mulher, de 22 anos, morta dentro de casa, disse o chefe de polícia distrital Sufi Habibullah.
Médicos levados pela polícia para verificar o corpo disseram que a mulher fora estrangulada. A mulher assassinada, Estorai, já havia dito à família que seu marido a havia criticado várias vezes por ter dado à luz uma menina em vez de um menino e havia ameaçado matá-la caso isso acontecesse de novo, disse a diretora de assuntos femininos da província, Nadira Ghya, que viajou para Khanabad para cuidar do caso.
Estorai deu à luz sua segunda filha entre dois e três meses atrás, informou Ghya. As autoridades não divulgaram os sobrenomes de Estorai nem de seu marido. A polícia deteve a mãe do marido porque aparentemente ela colaborou no assassinato da nora, disse Habibullah. Já Ghya, que visitou a mãe do marido na prisão, disse que ela jura que Estorai cometeu suicídio se enforcando, mas a polícia disse que não encontrou nenhuma corda ou evidência de enforcamento ao analisar os ferimentos da mulher.
Meninos são tradicionalmente muito mais apreciados do que meninas no Afeganistão, onde um filho significa um arrimo de família, enquanto uma filha é considerada um dreno dos recursos até ser casada. Apesar disso, o assassinato por causa do sexo de um bebê é raro e chocante. As informações são da Associated Press.
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