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Vera Academia - 26/10/2018 - Coluna Vera Academia do dia 26.10.2018


Atividade física durante a quimioterapia, pode?

Tudo vai depender da condição física da pessoa, da idade, se possui doenças pré-existentes e se é um indivíduo sedentário. Tem de haver uma avaliação médica prévia e os exercícios precisam ser supervisionados. Mas é de extrema importância que o paciente faça alguma coisa, pois o exercício físico é uma intervenção barata e um ótimo remédio. Conciliar um treino aeróbico, como uma caminhada, com treinos de fortalecimento muscular, ajuda muito.

Um efeito colateral recorrente no tratamento da maioria dos cânceres é a fadiga. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, entre 72 e 95% dos pacientes são afetados por esse cansaço extremo, que pode resultar na diminuição significativa da qualidade de vida. Estudos mostram que a prática diária de exercício pode diminuir a intensidade desse sintoma em até 50%.

O exercício físico ajuda a combater a fadiga, estimulando a produção de endorfina, que gera a sensação de bem-estar. Outra questão a se considerar é que, no final do tratamento, a quimioterapia pode gerar atrofia muscular, que ocorre quando há perda de massa muscular e o paciente sente muita dor ao fazer qualquer tipo de movimento. O exercício pode ser útil também nesse caso. A atividade não precisa e nem deve ser muita intensa. Na verdade, ela deve ser mais frequente que intensa. Caminhar, musculação, dançar, andar de bicicleta, yoga, pilates, são alguns dos exemplos.

Mas é de extrema importância respeitar os limites do corpo. Normalmente, o segundo e o terceiro dia após a quimio são os mais críticos, ou seja, quando o paciente sente-se indisposto, com boca seca, tontura. Então, a dica é pegar leve e descansar, principalmente se estiver com febre. Futebol, basquete, vôlei não são recomendados, pois são esportes de grande impacto e que podem gerar quedas.

O NCCN (National Comprehensive Cancer Network) dos Estados Unidos aconselha que o paciente comece num ritmo devagar, como uma caminhada de dez minutos ao redor do quarteirão, por exemplo. Dependendo do ritmo e do conforto da pessoa, é possível aumentar o percurso para 20 ou 30 minutos. O importante é que seja uma atividade diária.

Dicas

1) Faça um aquecimento antes de iniciar a atividade, balançando os braços e pernas, e não esqueça de fazer um alongamento suave;

2) Faça alguma limpeza simples em casa ou cuide do jardim, por exemplo. Ambos servem como treinos físicos;

3) Se você estiver passando por tratamento radioterápico, a natação não é uma boa opção. A água pode te expor a bactérias e o cloro pode irritar a pele irradiada. Converse com seu oncologista;

4) Se você não tem energia para fazer 30 minutos cheios de uma caminhada, faça a atividade em intervalos de 10 minutos durante o dia. O importante é virar rotina.

 

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