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Texto de Opinião - 26/02/2024 - Mantendo gente boa na empresa - Por Marcelo Blume


GESTÃO, NEGÓCIOS & CIA – Marcelo Blume marcelo.blume@referenda.com.br

Há bastante tempo e cada vez com mais frequencia, é voz corrente entre os empregadores de que “está mais difícil manter gente boa na empresa”. Ouve-se esta frase ou expressões parecidas das solicitações de indicação de profissionais egressos, estudantes para estágios, indicações para gestores, recrutamento para cursos in company, dentre outros momentos. O texto de hoje traz alguns estímulos para refletir sobre as práticas de captação e retenção de talentos nas organizações.

Empresas assim como outros tipos de organizações cujos líderes e pessoas que as representam têm falas preconcituosas e falam mal das novas gerações generalizando, se referindo aos pontos fracos do que é uma parcela grande, mas não todos, nem a maioria, tendem a ter cada vez mais dificuldade na atração e manutenção de novos talentos. Assim como outras gerações, as mais recentes a ingressar no mercado tem características positivas e negativas, que precisam de atenção e de ações efetivas de quem contrata novos colaboradores e precisa manter bons talentos. Uma diferença importante é que mais pessoas das gerações mais novas querem mais experiências, enquanto mais pessoas das gerações anteriores querem mais estabilidade. As lideranças que puderem mostrar as possibilidades de diferentes experiências na sua organização ou rede, logo no início da carreira, tende a captar e manter mais talentos jovens e diferenciados. Da mesma forma, que mostrando condições para estabilidade, mantem-se aqueles talentos mais experientes.

O estilo de liderança também faz bastante diferença na retenção e manutenção dos talentos. É importante evitar liderar pelo poder, ou seja, pelo fato de ser o dono, o gerente, o diretor, o chefe. As melhores lideranças são reconhecidas pela autoridade nos assuntos da atividade, do setor, e da organização, capacidade de mobilização, entrega de resultados, bons relacionamentos e principalmente, ser um bom exemplo. O exemplo não é só a melhor forma de convencer, engajar, mobilizar as pessoas, pois muitas vezes é a única forma. Cada integrante do time precisa olhar para o líder e ter a certeza de que não está sozinho e mais: que o líder é o primeiro a se colocar na linha de frente e fazer o que for necessário para vencer.

É preciso que as pessoas percebam os investimentos que a organização e as lideranças estão fazendo nas pessoas. Todos estão correndo atrás dos próprios objetivos, sejam eles estratégicos, táticos, operacionais ou individuais. Construa um pacote de remuneração excelente e benefícios acessórios e ainda, encontre formas de mostrar que quanto mais perto a pessoa estiver dos resultados da organização, mais perto ela estará dos seus próprios objetivos. Claro, é preciso saber e entender os objetivos pessoais da equipe individualmente.

Faça um bom trabalho de equipe para todos focarem no mesmo objetivo. Lembre que cultura é o que mantém a coesão do time. Lembre também que a cultura pode ser adaptada com o passar do tempo e especialmente com as mudanças. O conjunto de valores estabelecidos coletivamente na organização deve nortear as decisões e garantir que as pessoas ajam de maneira parecida, desde o estagiário até o dirigente máximo.

Ter um ambiente de trabalho especial “fora da curva” é outra forma de reter talentos tanto os jovens, quanto os experientes. As pessoas passam mais tempo acordadas e ativas no trabalho do que em casa, ou qualquer outro lugar. Ofereça espaços de trabalho confortáveis, com bons equipamentos e que influenciam diretamente no desempenho individual e coletivo.

É preciso encontrar meios para valorizar de forma diferente esforços e entregas diferenciadas. Quem se esforça para fazer um bom trabalho, sabe que é diferente e espera ser tratado de forma diferenciada. Quem verdadeiramente quer ficar, tem condições e quer crescer com a organização, também tem que ser valorizado de forma diferente. Quem entrega resultados e supera expectativas também precisa perceber que a liderança e a organização percebe e valoriza este diferencial. As lideranças e as organizações precisam encontrar formas de reter estes talentos. Aquelas que não conseguem ter boas práticas de retenção, arriscam ver os talentos irem embora e acabar ficando com os que trazem poucos resultados.

Espero que o texto da semana contribua com a análise do estilo de liderança e da equipe na atração e retenção dos melhores talentos. Um abraço e até a próxima!

Postado: Leila Ruver
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