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Polícia - 25/08/2014 - Segurança reforçada e sem dois réus. Como será a primeira audiência do caso Bernardo


Leandro Boldrini e Graciele Ugulini pediram dispensa e não irão a Três Passos

Mais de quatro meses após o assassinato de Bernardo Uglione Boldrini, 35 testemunhas que residem em Três Passos, onde o menino morava com o pai e a madrasta — presos sob acusação de serem os mentores do homicídio —, prestarão depoimento na manhã de terça-feira em frente aos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, também detidos por envolvimento no crime. É a primeira audiência do caso. Ao todo, 77 pessoas falarão antes do julgamento, em Júri Popular ou não, ainda sem data prevista.

 

Cerca de 40 policiais militares serão deslocados de Santa Rosa e Frederico Westphalen para reforçar a segurança externa no Foro de Três Passos. O médico Leandro Boldrini e a enfermeira Graciele Ugulini pediram dispensa e não estarão presentes. A avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, não vai à cidade por não ter condições psicológicas e de saúde.

 

Apenas as testemunhas, os advogados e membros da Justiça e do Ministério Público, além dos réus, terão acesso à sala. A imprensa poderá acompanhar os relatos nos 15 minutos iniciais. O juiz Marcos Luís Agostini tomou a decisão para evitar tumultos e preservar os depoentes — 24 de defesa e 11 de acusação. As ruas próximas ao Foro serão interditadas e a PM não vai permitir protestos em frente ao local.

 

Segundo o advogado de Edelvânia, Demetryus Grapiglia, ela resolveu ir à audiência por estar "interessada na elucidação dos fatos". Ele diz que a mulher, que confessou ter ajudado a matar Bernardo e a esconder o corpo às margens de um rio em Frederico Westphalen, foi forçada pela Polícia Civil a detalhar o homicídio, sem a presença da defesa. Demetryus também criticou a postura de Boldrini e Graciele, que estariam se omitindo:

 

— Quero que tudo seja às claras. Uma criança morre, todo mundo quer esclarecimentos, e uma atitude como essa (do casal) faz perder a seriedade. Quem está envolvido em um crime dessa natureza, pela lógica, deve ser o primeiro a interagir e não se omitir.

 

Clima pacífico na cidade

 

O advogado Jader Marques, que representa Boldrini, afirma que o médico está no seu direito constitucional de participar apenas da audiência em que será inquirido. O defensor de Graciele, Vanderlei Pompeo de Mattos, não quis se manifestar.

 

Apesar de não ter recebido nenhuma informação de um possível protesto em Três Passos, a Brigada Militar adotou medidas preventivas para que a audiência transcorra normalmente e não seja interrompida, atrasando o processo.

 

O clima na cidade é pacífico. Não há cartazes ou faixas nas proximidades do Foro com palavras agressivas contra os réus. Em frente à casa onde o menino vivia com o pai e a madrasta, uma espécie de memorial com fotos e pedidos de justiça é mantido desde que o corpo foi encontrado, em 14 de abril.

 

Julgamento sem data prevista

 

Conforme a Justiça, a data do julgamento de Edelvânia e Evandro Wirganovicz, Leandro Boldrini e Graciele Ugulini ainda não está definida. O Ministério Público arrolou 25 testemunhas, e as defesas, 52.

 

Para a próxima audiência, também em Três Passos, aquelas não puderem ser ouvidas na cidade serão convocadas por precatória, pelos locais que residem: Frederico Westphalen, Campo Novo, Coronel Bicaco, Santo Augusto, Palmeira das Missões, Rodeio Bonito, Ijuí, Santo Ângelo, Porto Alegre e Florianópolis.

 

Na etapa seguinte, será marcada uma audiência para ouvir testemunhas de defesa que tenham apresentado atestado, estejam viajando ou aleguem outros motivos para não depor agora, e então os réus serão interrogados.

 

Finalmente, as partes farão suas alegações e o juiz definirá se eles vão a Júri Popular ou não.

 

Fonte: ZH

 

 

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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