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Vera Academia - 24/04/2015 - Coluna Vera Academia 24042015


Atividade física é capaz de anular predisposição genética à obesidade

 

Associado ao acúmulo de gordura corporal, gene FTO não é a sentença final para os quilos a mais. Estudos revelam que exercício pode mudar seu efeito. 

 

O gene FTO foi identificado em 2007, através de um grande estudo de escaneamento genômico (GWAS). A partir desse estudo ele foi associado com predisposição à obesidade e sobrepeso, antes mesmo de se ter conhecimento da função que a proteína codificada por esse gene exercia. Depois de vários outros estudos subsequentes, o FTO passou a se destacar como o principal gene associado à obesidade de origem multifatorial, onde cada variante do gene aumenta em 1,5kg o peso corporal. Adultos e crianças que possuem as duas variantes do gene apresentam um risco 22% maior de desenvolvimento de obesidade severa.

 

Atualmente, devido ao conhecimento de sua alta expressão no hipotálamo, região que possui ligação com o controle de apetite e acúmulo de gordura corporal, postula-se que o efeito do FTO seja uma diminuição da saciedade e um aumento da capacidade de captação de gordura pelos adipócitos. Assim, indivíduos com a variante desse gene, ou seja, a presença do alelo A, apresentam um acúmulo excessivo de gordura corporal.

 

Além dos fatores genéticos, mais fatores afetam o desenvolvimento da obesidade e sobrepeso. Entre eles, hábitos alimentares, gasto energético diário, uso de medicamentos, entre outros. Entre os fatores genéticos, o FTO tem obtido destaque, sendo associado ao sobrepeso em diversas populações em todo o mundo.

 

Mas ter uma variante do gene FTO não é a sentença final para os quilos a mais. Ao contrário do que muitos pensam, a genética funciona como uma receita original, mas podemos sempre alterar o produto final, acrescentando ingredientes saudáveis. No caso do FTO, esse ingrediente saudável é o exercício físico.

 

Estudos que analisaram milhares de indivíduos dividiram os grupos em fisicamente ativos e fisicamente inativos. Foi constatado que portadores da variante do FTO que eram fisicamente inativos apresentavamIMC (Índice de Massa Corporal) significativamente maior em relação aos indivíduos que não apresentam essa variante. Entre o grupo fisicamente ativo, não houve diferença significativa no IMC mesmo na presença da variante de risco A.

 

Através da análise desses resultados podemos perceber que a atividade física é um fator de proteção fundamental para o acúmulo de gordura corporal, superando a predisposição genética.  Assim como no caso do jovem que queria emagrecer, apenas com dieta, portadores dessa alteração necessitam do exercício físico para perder gordura corporal e obter o físico desejado.

 

Temos agora um estímulo a mais para a atividade física. Através dela podemos anular uma predisposição genética ao acúmulo de gordura. Assim são fundamentais os programas de atividade física desde a infância, com o objetivo de diminuir cada vez mais os índices de obesidade e sobrepeso que estão cada vez mais elevados na população mundial.

 

 

Postado: Leila Ruver
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