Por: Adalsira Marisa Zimmermann - Professora Municipal de Crissiumal RS
Sim, o autismo é o mesmo em qualquer idade. O que muda é o diagnóstico tardio, que acontece, quando na infância essas pessoas não apresentaram dificuldades no desenvolvimento da linguagem, que é uma das manifestações mais conhecidas do transtorno.
A sociabilização, padrões de comportamento e rotina repetitivos são conflitos enfrentados pela criança autista. Quando não recebe nenhum tipo de intervenção, obriga-se a desenvolver mecanismos para lidar com os sintomas e situações. Na maioria das vezes, quando se torna adulto, consegue mascarar os sintomas muito bem, pois percebe que certos comportamentos são vistos como inadequados, não são aceitos socialmente ou são incompreendidos.
O adulto muitas vezes consegue modular o comportamento, capacidade essa, que a criança não domina. Os desafios que o adulto no espectro enfrenta são diferentes dos de uma criança, que é desafiada e equiparada dentro do chamado marcos do desenvolvimento. O adulto já passou por esse primeiro processo sozinho. Nesse sentido, alguns adultos autistas podem apresentar necessidade maiores de intervenções e apoio. Outros, podem apresentar necessidades em áreas específicas, como lidar com sentimentos, entender sarcasmos, adaptar-se a um novo emprego ou tolerar alterações na rotina.
Discutir sobre o TEA em adultos ainda é delicado, mas necessário, pois com o passar do tempo, as pessoas não deixam de fazer parte do espectro. O autismo é uma condição para a vida toda e precisa ser incluída, respeitada e amada.
A diferença que existe no autismo, está no nível de suporte do espectro, que cada individuo apresenta e não na questão de idade.
Postado: Leila Ruver
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