Para a polícia e também para a família , o principal suspeito é o namorado
Três Passos, 13 de julho de 2011. Início da noite. Chovia. Cíntia Luana de Moraes, uma adolescente de 14 anos, grávida de 7 meses, saia de casa para encontrar um homem: o pai de seu filho. Havia na cabeça da garota a esperança de reconciliação depois de um relacionamento bastante conturbado. E põe conturbado nisso! Os laços, pelo que tudo indica, não foram reatados. Ela sumiu. Simplesmente desapareceu como fumaça. Onde estará Luana? Estaria ela viva? O bebê já nasceu? Por que ela não manda notícias? Que mistério é esse? Família, amigos e a cidade toda não se cansam de perguntar. As respostam não vêm.
Para a polícia – e também para a família -, o principal suspeito é o namorado, um homem de quase 30 anos que residia até há pouco tempo em uma cidade da região. Agora está no Paraguai, na cidade de Laranjito.
Recentemente, os agentes da lei cumpriram um mandado de busca e apreensão na propriedade do suspeito em busca de pistas. Nada de comprometedor foi encontrado, segundo o delegado William Dal Bosco Garcez Alves, que inclusive não descarta a hipótese de Luana estar morta.
Na tarde de quarta-feira, 21, Ivone (53 anos) e Loreni de Moraes (32), mãe e irmã da jovem desaparecida estiveram na redação do Jornal Atos e Fatos para registrar o seu descontentamento com o rumo das investigações. Na opinião delas, conforme Loreni, “o trabalho da polícia está deixando a desejar. Não sei por que não há mais interesse, talvez por sermos humildes, de família não importante”.
Elas não têm dúvidas de que o rapaz deu sumiço à garota. “Com tantas pistas, a polícia deixa T. ir ao Paraguai. Ele não volta mais, com certeza”, diz ela. “Olha, é duro admitir, mas já não tenho esperanças. Para mim, Luana está morta. Mas não me conformo, quero justiça”, declara, chorando, a mãe. “Ela já teria mandado notícias. Nós aceitamos a gravidez. Luana não saiu brigada de casa. A não ser que ela esteja em cárcere privado”, acrescenta.
ENTRE TAPAS E BEIJOS
Sobre o relacionamento entre Luana e T., Loreni e Ivone contam que o casal se conheceu em outubro do ano passado. Na época, ele afirmava que tinha se separado da mulher. O romance durou até o final de dezembro, quando Luana contou que estava esperando um filho. Ele teria, então, oferecido mil reais para custear um aborto. Não se falaram mais. Em abril, teriam se encontrado em uma festa e ele ofereceu carona. Brigaram novamente. Às vezes se falavam pelo celular.
No dia 13 de julho, quarta-feira, T. ligou propondo um encontro. Depois de duas horas e meia, ele enviou uma mensagem para a mãe de Luana informando que estavam viajando e que o destino era Santa Catarina. Na quinta e sexta-feira, Ivone recebeu novas mensagens solicitando que não entrasse em contato. O Orkut da adolescente foi apagado uma semana antes do seu desaparecimento.
À polícia, revela Loreni, T. confessou que era ele quem digitava as mensagens utilizando o chip do celular de Luana em aparelhos seu e de seu pai. Aliás, foi no porta-malas do carro do pai que foram encontrados fios de cabelos e sangue. O material foi enviado para análise juntamente com uma amostra do sangue de Ivone para exame de DNA. “O resultado, disse o delegado, só vem depois de 4 a 5 meses. Isso é um absurdo. Por que tanta demora?”, salienta a irmã. T. também teria dito à polícia que por volta de 19 horas do dia 13 de julho teria deixado Luana na rotatória da Avenida Costa e Silva, em Três Passos, nas proximidades do terminal rodoviário. Ele queria que ela tivesse o filho bem longe de sua cidade. Afirmou desconhecer para onde Luana foi e admitiu ter dado 10 mil reais para ela desaparecer.
Para a polícia, não há provas para indiciar o suspeito. Ele deverá estar em Três Passos no dia 15 de novembro. Se vier, talvez ajude a desvendar esse mistério. Enquanto isso, a pergunta que não quer calar é “onde está Luana?”
Carlos Grün - DIFUSORA / ATOS E FATOS
Postado: Clécio Marcos Bender RuverTweet |