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Esportes - 23/05/2022 - Conheça o argumento para liberar bebidas nos estádios do RS


Proibida desde 2008, a proposta que prevê a liberação foi discutida em audiência pública

A discussão sobre o retorno do consumo e da comercialização de bebidas alcoólicas em estádios voltou à Assembleia Legislativa e com um argumento novo. Em defesa ao projeto de lei que tramita na Casa, dirigentes de times de futebol do interior defenderam a comercialização como um fator importante para a renda de seus clubes. O assunto foi tema de audiência pública na comissão de Segurança e Serviços Públicos, nesta segunda-feira, que foi comandada por Giuseppe Riesgo (Novo) e contou com a participação de demais parlamentares, além de dirigentes de diversos clubes do Estado. O parecer favorável a proposta deve pode ser votado nesta terça-feira, na comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e é fundamental para a tramitação da proposta na Casa. 

"Perdemos praticamente 75% da renda de copa não vendendo bebida e não diminuímos os nossos problemas", disse Everton Giovanella, presidente do Clube Esportivo Lajeadense. Representantes de demais times do interior também se posicionaram favoráveis a medida sob o mesmo argumento. Afirmam que, desde a proibição, em 2008, mudanças foram proporcionadas, como o aprimoramento da segurança dentro dos estádios e a mudança de postura dos torcedores, que possibilitam o retorno. "Para os clubes do interior o que mais nós ressentimos é com relação a receita", reforçou Lauro Hass, presidente do Esporte Clube São Luiz, de Ijuí. 

As direções do Grêmio e do Internacional, que são clubes da Capital, também se manifestaram favoráveis a medida, embora afirmem que não há lucro por parte dos times com a comercialização. Entendem, assim como os presidentes dos clubes do interior, que o retorno do consumo pode causar problemas, por isso a necessidade de uma regulamentação bem fundada e punições aos que provocarem problemas.

Proponentes das matérias, dos deputados do Novo também se posicionaram favoráveis a medida. Riesgou apontou para a ausência de dados que comprovem a diminuição da violência com a proibição. “A restrição jogou o problema para o lado de fora das arenas esportivas e não melhorou os índices de segurança pública”, afirmou. Fábio Ostermann lembrou que o consumo de bebidas alcoólicas é liberado na maioria dos outros estados brasileiros. "Eu acho difícil de argumentar o ponto de que o gaúcho seria um bárbaro que não poderia conviver de forma civilizada sobre um regramento similar ao desses estados", contestou. Para o deputado  Gaúcho da Geral (Solidariedade), o que permitiu o aumento da segurança, de 2008 (quando foi proibido) até os dias atuais, o aumento da presença do Ministério Público, através do Juizado do Torcedor, e o trabalho da Brigada Militar. 

O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, que também saiu em defesa da liberação, afirmou que caso a proposta seja aprovada, os clubes que integram a entidade serão parceiros na regulamentação responsável da prática durante os jogos.

Fonte: Correio do Povo

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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