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A pedido - 20/12/2019 - Publicação A Pedido de Sandra Trentini


Leia na íntegra

 

 

A VERDADE

Sete anos após uma injustiça, venho a público reafirmar minha inocência, comprovada judicialmente.

Por: Sandra Trentini

 

Povo de Crissiumal, região, familiares e amigos. Sou Sandra Trentini, como muitos e talvez a maioria já conhecem. Utilizo este espaço hoje para voltar a falar de um assunto que provavelmente você já conheça, ou pelo menos, saiba alguma versão dos verdadeiros fatos.

O mês de dezembro traz consigo lembranças de momentos em que eu não me orgulho em falar. Momentos tristes, onde fui submetida às piores sensações e experiências da minha vida, tudo motivado pela ambição e pela maldade de algumas pessoas que levam a política como um jogo, em que é válido todo o tipo de jogada para se vencer.

No dia 20 de dezembro de 2012, por volta das 06h00min, 12 pessoas e eu fomos surpreendidas em nossas casas com uma abordagem policial, que por ter consciência da minha inocência, se caracterizou, no meu sentir, desnecessária, truculenta e injusta. Meu sentimento durante a abordagem foi de impotência e medo, dada a forma como fui tratada. Nossas casas foram adentradas por pessoas que buscavam encontrar algo ilícito, tentativa esta que terminou sem sucesso.

Após a abordagem e a casa ser toda revirada, fomos imediatamente encaminhados para a Delegacia de Crissiumal. Sem recebermos explicações a respeito do que estava acontecendo, fomos presos. Cinco de nós submetidos à prisão preventiva, alguns na temporária e outros foram ouvidos e liberados posteriormente.

Em Três Passos, no presídio, passei 16 dias em uma cela, onde tive as piores experiências da minha vida. Foram 16 dias de agonia, medo, revolta, tristeza e pensamentos muito ruins, que implicaram e implicam até hoje na minha história.

No presídio, com mais oito mulheres na cela, muito cigarro, diversas histórias e crimes de cada presidiária, eu não estava sozinha, pois estava grávida. A gravidez foi um susto. Mal sabia eu que um dos meus maiores sonhos começaria daquela forma. Sem ser submetida a nenhum exame, fui presa carregando no ventre a pessoa que hoje é a minha vida, minha inspiração e minha força para lutar. Minha filha.

Não busco aqui ser julgada como coitada. Vitimismo nunca foi e nem será característica para minha pessoa. Volto a tocar neste assunto para ressaltar mais uma vez a minha inocência, que foi comprovada perante a justiça no ano passado, mas na reta final de 2019, tive o prazer de receber decisão do Tribunal de Justiça (Processo n.º CNJ: 0015910-96.2019.8.21.7000 – 1ª Câmara Cível do TJ-RS-18/10/2019) com o reconhecimento da minha inocência, o que comprova e confirma que não havia motivo algum para eu ser presa e passar por todas as experiências que fui submetida.

O abalo moral é enorme, mas não insuperável. Luto pela minha família, que sofreu muito. Luto pelo meu nome, que sempre foi e continuará limpo. Luto por mim e pelas pessoas que foram injustiçadas, algumas que infelizmente não estão mais conosco para se defender. Luto para que jamais, em hipótese alguma, isso volte a acontecer, com nenhuma pessoa de bem.

Eu vivi momentos de opressão, acusações sobre situações absurdas que jamais participei. Pessoas com um caráter totalmente duvidoso e questionável, que jogaram sujo em prol do poder. Nunca entrei nesse jogo e é por isso que me mantenho forte e tranquila, afinal, não há nada melhor do que ter a consciência limpa. A punição de todos os envolvidos de qualquer forma nas denúncias e acusações não verdadeiras vai vir do próprio poder Judiciário, na forma e no tempo certo. Encaminhamentos em fase de conclusão já estão sendo cuidadosamente preparados.

Fui julgada, apontada na rua. Fui motivo de chacota. Este texto é para mostrar o que todos que me conhecem já sabiam. A Sandra Trentini é inocente, não guarda rancor nem ressentimentos. Não descansou enquanto não teve essa inocência comprovada de todas as formas, dentro da lei. Estou forte e pronta para batalhar por todos os meus objetivos, mas sempre respeitando as leis jurídicas, humanas e de Deus.

Gratidão a todos que acreditaram e lutaram por mim. Aos que se sentem culpados de alguma forma, desejo muita luz. Obrigado Deus, família e ao advogado Jaime Darlan Martins, que acreditou em mim e batalhou judicialmente para este resultado tão esperado.

Após sete anos, posso novamente e com mais ênfase reafirmar a minha inocência, depois de viver experiências traumatizantes, mas que me fizeram crescer, aprender, evoluir e me tornar uma mulher ainda mais forte.

Postado: Leila Ruver
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