Leia na íntegra o texto de opinião do Pároco da Igreja Católica de Crissiumal
O ser humano é Falaz e falível, pode equivocar-se, mas não tem o direito de enganar a outros ou de errar. Mesmo que tenha o direito de se enganar, não tem o direito de julgar a quem se engana e nem mesmo a quem erra. Só Deus não se engana, nem engana aos outros. Só Ele tem o direito de julgar, por isso é todo misericordioso.
Um frasco de perfume aberto exala o perfume por toda sala. Um travesseiro de penas aberto ao vento espalha rapidamente as penas ao seu redor. O difícil e até impossível, seria alguém buscar todas as penas, e recolocá-las de volta. Na vida das pessoas também acontece que o bem que alguém pratica é como um perfume, ou bem estar, para todos. Quando alguém faz fofoca ou difama alguém também muito incomoda a quem é atingido, como também é nocivo ao bem estar de todos que nos circundam. A nós, que somos cristãos cabe divulgar somente o bem, não nos cabe divulgar enganos e erros ainda mais se não divulgamos o bem que outros praticam. Quem é cristão não difama nem julga, mas espalha o bem como se espalha o odor do perfume.
O espelho nem sempre é um instrumento devidamente bem usado, pois, só se vê o exterior. Com nossos próprios olhos vemos mais os outros que a nós mesmos, mas com a consciência somos levados a olhar o nosso íntimo, reconhecendo que, muitas vezes, somos limitados, às vezes frágeis, falhos, quando não até omissos. Com dois olhos observamos os outros, mas, o espelho da consciência nos faz olhar o nosso passado e avaliar nossas atitudes.
Só Deus não é falível, não erra, não engana e nem se engana. Ele julga, não condena, e é cheio de misericórdia. Nós somos seus filhos, se queremos ser sua imagem, e para isto Ele nos criou, devemos corresponder a ele com nossas atitudes.
Ninguém de nós gosta de ser atingido por comentários negativos. Só quando sentimos na pele, sabemos quanto mal faz um comentário que denigra nossa imagem e nossa pessoa. Quando acontece com os outros, achamos que é simplesmente superar e que é simples superar. Quem erra ou se engana em atitudes ou julgamentos merece nossa compreensão e misericórdia. Se não temos o direito de julgar, muito menos temos o direito de condenar. Quando apontamos um dedo sobre quem erra apontamos três dedos contra nós mesmos e um para o alto. “Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados” (lc 6,37). Ou ainda; “Com a mesma medida com que medirdes sereis medidos” (Lc 6, 37b). Nem Cristo veio Julgar, “Deus não enviou seu Filho ao mundo para Julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio d’Ele” (Jo 3,17).
Jesus é nosso amigo, por isso, Ele nos veio dizer a verdade. É bom estarmos sempre atentos ao que acontece ao nosso lado, e mais atentos ainda, no que falamos a quem nos cerca para não ofendermos, pois, palavras podem ser tanto de bênçãos como de contendas. Não podemos errar, nem nos enganar.
Crissiumal, 20/05/15 Pe Renato José Rohr scj
Postado: Leila Ruver| Tweet |  |
