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Agricultura - 19/11/2021 - Em 12 meses, áreas desmatadas no RS equivalem a R$ 45 milhões


Mata atlântica é o bioma mais atingido, revela levantamento do Instituto-Geral de Perícias (IGP)

Em um período de 12 meses, entre setembro de 2020 e setembro de 2021, a Seção de Perícias Ambientais do Instituto-Geral de Perícias (IGP) calculou que 359 hectares foram desmatadas no Rio Grande do Sul. Ao todo, foram 175 laudos analisados, onde houve corte raso, ou seja, toda a vegetação foi removida do local. Os crimes ambientais foram registrados em ao menos dez municípios neste período, sendo a maior área (63 hectares) em União da Serra.

A valoração referente aos laudos elaborados foi de R$ 45.558.192,58. “Esse seria o custo dos serviços ambientais prestados por esta vegetação, como manutenção do clima, controle da erosão e polinização da área”, apontou o IGP. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira, também mostrou que o bioma da Mata Atlântica é o mais atingido pelo desmatamento em solo gaúcho.

Para chegar a este valor, foram levados em conta o estágio de sucessão da vegetação (se a floresta estava em desenvolvimento inicial, médio ou avançado), o tipo de uso do solo na região (se a área afetada era circundada por floresta nativa, se estava em meio a uma lavoura ou perto de um centro urbano) e a existência de restrições legais para a ocupação (área de preservação permanente, reserva legal ou unidade de conservação, por exemplo).

Para elaborar esse trabalho, os peritos da Seção utilizam drones e imagens de satélite, além de dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Cadastro Ambiental Rural (Car).

O levantamento feito pelo IGP está de acordo com a Lei de Crimes Ambientais  (Lei Federal n° 9.605/1998), que determina que a perícia deve indicar o prejuízo causado pelo desmatamento, o que serve como base para o cálculo de multa e pagamento de fiança, além de fornecer subsídios para processos criminais e cíveis.

Das 5.522 perícias realizadas pela Seção de 2004 a 2021, a maioria – 41%, ou 2.178 – referiam-se a locais desmatados, principalmente no bioma Mata Atlântica. A poluição hídrica vem em segundo lugar, com 22% dos casos. Nos últimos sete anos, O IGP recebeu em média 530 solicitações de perícia ambiental.

FONTE: Correio do Povo

Postado: Leila Ruver
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