Dados indicam apenas 43 casos no país contra 121 do ciclo passado
A safra de soja 2011/2012 deve registrar o menor número de focos de ferrugem asiática desde 2004/2005, ciclo marcado por uma forte seca. O motivo é a estiagem prolongada na região Sul do Brasil, que evita o aparecimento do fungo causador da doença. A ferrugem compromete o desenvolvimento da planta e reduz a produtividade. Desde setembro, foram apenas 43 casos no país, contra 121 ocorrências no mesmo período do ciclo passado. Segundo dados do Consórcio Antiferrugem, não há registros de foco no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No Paraná são 11, no Mato Grosso, 24 e em Goiás, oito.
Apesar de positiva, a notícia não chega a ser comemorada pelos produtores porque a estiagem causa prejuízos ainda maiores. Segundo estimativa da Emater, a quebra de produção da oleaginosa é 14,99%, uma perda de 1,5 milhão de toneladas no Rio Grande do Sul, para 8,75 milhões de toneladas, ante as 10,3 milhões previstas inicialmente.
O coordenador técnico da Cotrijal, Fernando Martins, destaca que o tempo seco impede o surgimento de doenças na planta, mas, neste caso, de estiagem prolongada, é bem mais fácil controlar a ferrugem do que enfrentar os reflexos do déficit hídrico. "Se aparecer a doença é porque está chovendo e doenças o produtor pode controlar, mas a seca não."
Ele explica que a soja está na fase de florescimento, precisa de chuva, e se persistir o quadro de estiagem pode ocorrer o aborto da flor, o que significa que não se formaria a vagem, causando perdas ainda maiores do que as registradas até agora. A ferrugem pode ocorrer em qualquer estágio da cultura e resulta em desfolha precoce, comprometendo a formação e o enchimento de vagens, reduzindo o peso final dos grãos.
Agrolink
Postado: Clécio Marcos Bender RuverTweet |