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Vera Academia - 14/09/2018 - Coluna Vera Academia do dia 14.09.2018


Exercícios X dor nas costa: De onde vêm os benefícios

O poder das doses de agito contra lombalgias começa por sua capacidade de nutrir estruturas da espinha. Ao movimentar a região, há um aumento da perfusão sanguínea, aí os discos que separam uma vértebra da outra recebem os elementos necessários para manter a firmeza. A musculatura que suporta a coluna também ganha com o abastecimento de sangue e, claro, com o estímulo para ficar forte. Os esportes exigem que ela seja ativada para estabilizar o tronco. Não estamos falando dos músculos que deixam a barriga trincada ou as costas largas, e sim de fibras profundas que cercam as vértebras. A relevância desse alicerce natural inclusive vem mudando os treinos de academia. Antes, a malhação era feita somente com máquinas. Mas esses aparelhos fortalecem grupos musculares isoladamente e, assim, mal demandam a estabilização da coluna. Não à toa, práticas que mobilizam o corpo inteiro, como as funcionais, ganharam espaço significativo nas salas de ginástica. Tais benefícios, aliados ao potencial anti-inflamatório das atividades físicas, tornaram-na vital até para lidar com a fase aguda das dores. Ficar parado é a pior forma de combater o problema.

Em um estudo recente, foi revelado que um exercício específico para o reforço dos músculos profundos do abdômen atenua o desconforto da lombalgia crônica, no entanto, ele foi tão eficaz quanto outros mais gerais. Na contramão, uma análise de Universidade na Austrália, sugere que os treinos que cobram força ou coordenação e estabilização são os mais promissores. Resumindo, ainda não cravaram as melhores modalidades contra pinçadas nas costas. Mas, de fato, algumas já são bastante elogiadas nesse quesito. Ora, se o esforço físico faz tão bem para as costas, por que tantos atletas de fim de semana reclamam dessa parte do corpo? Para começar a esclarecer o paradoxo, traz-se à tona mais um estudo que foi fruto da parceria entre cientistas brasileiros e australianos. Com base em questionários respondidos por 999 voluntários, o trabalho indica que a distração ao cumprir tarefas do cotidiano, como erguer objetos do chão com as mãos, aumenta em incríveis 25 vezes a probabilidade de uma lombalgia. Transpondo isso para o universo das atividades físicas, inferimos que a desatenção ao se exercitar é um importante fator de risco. Outro ponto citado é a intensidade. Puxar o corpo muito além dos limites gera pequenas lesões nos arredores da coluna que vão originar novas queixas. Nesse contexto, talvez você tenha escutado a frase em inglês “no pain, no gain”, ou “sem dor, sem ganho”, que está na moda e serve de prerrogativa para se matar na malhação. Se já ouviu, trate de ignorá-la. A cultura de que você precisa sofrer na academia para colher benefícios é descabida e contribui para problemas. Sentir, eventualmente, um desconforto leve e passageiro depois de levantar peso ou correr na esteira pode ser apenas sinal de fadiga muscular. Só não confunda isso com qualquer alegação que encara a dor como um sintoma normal ou mesmo positivo. Porque ela não é. E um adendo: cargas extremas se tornam mais perigosas na presença de três movimentos. São eles a hiperextensão, a hiperflexão e a rotação do tronco. Se, apesar de todos os cuidados, a coluna mesmo assim latejar, convém tomar certas atitudes. A primeira é identificar, quando possível, o momento do exercício que deflagrou a crise para corrigir eventuais falhas. 

Postado: Leila Ruver
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