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Ageleite - 14/06/2013 - Momento Leite Edição 284


Confira os destaques desta edição

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE LEITE

 

Nos últimos anos, a economia leiteira brasileira sofreu transformações nunca vistas em épocas anteriores. Do produtor ao consumidor, toda a cadeia se transformou, em razão da maior concorrência, causada pela liberação dos preços do mercado doméstico e pela abertura do comércio internacional.

 

Na análise do futuro da produção de leite do País, uma hipótese admissível é que ela seguirá os mesmos caminhos já trilhados por países que hoje se encontram com a pecuária mais desenvolvida que a do Brasil. Então, basta examinar aqueles caminhos para prever, com boa margem de segurança, o que também deverá acontecer aqui.

 

Nos países com a pecuária de leite mais evoluída, uma transformação importante foi uma significativa redução do número de produtores. Nos Estados Unidos, em 1950, existiam 2 milhões de produtores, hoje existem apenas 101 mil. Na Província de Santa Fé (principal região produtora de leite da Argentina) existiam, em 1975, 15.000 propriedades produzindo leite, hoje, apenas 5.400.

 

A produção média, do Brasil, está estimada em 75 litros/dia/propriedade que comercializa leite e derivados. Admitindo, por hipótese, 400 litros/dia um mínimo aceitável para que a atividade seja um bom negócio, necessitaríamos de apenas 18% do número de produtores para conseguir a mesma produção. Se a hipótese de ponto mínimo for de 500 litros/dia, necessitaríamos de 14% do número de produtores. São dados alarmantes, que podem até não se concretizarem em termos de números exatos, mas, com certeza, irão acontecer quanto à tendência.

 

Outro aspecto, também importante, que vem acontecendo na pecuária dos principais países diz respeito à redução do número de vacas ordenhadas e o aumento da produtividade. No período de 1990 a 2000, nos EUA, enquanto o número de vacas ordenhadas reduziu 1,05% ao ano, a produtividade aumentou 2,37% ao ano (passou de 6.705 para 7.537 litros/vaca ordenhada/ano). Na França, reduziu 3,47% ao ano o número de vacas ordenhadas e aumentou 2,72% ao ano a produtividade. Tendências semelhantes acontecem em outros países como Canadá e Alemanha.

 

Ainda que a pecuária leiteira do Brasil tenha melhorado nos últimos anos, de modo significativo, os índices de produtividade; estamos longe de alcançar o potencial já demonstrado pela pesquisa para as condições brasileiras. Para não ampliarem as diferenças existentes entre o Brasil e os outros países, há necessidade de crescer a produtividade nacional a taxas mais elevadas que a atual; mesmo porque os outros países continuam crescendo seus índices de produtividade. Isso é preocupante, visto que a realidade atual é de economia aberta ao mercado internacional.

 

O sucesso do negócio leite depende da combinação entre quantidade produzida e produtividade. É ilusório pensar que apenas produtividade resolve o problema. Muitos já fizeram isso (aumentaram a produtividade dos fatores de produção) e continuam reclamando da pouca rentabilidade da produção de leite. Se insistirem nesta tecla, continuarão reclamando até desistirem da atividade, como muitos já o fizeram em outros países. Essa é uma dura lição que, quem não aprender não sobreviverá.

 

Pare e pense: “O ser humano pensa em progredir, evoluir, conquistar e ganhar sempre mais. Entretanto, não pensa no fundamental: manter o que já possui.” (Marco Aurélio

 

Um grande abraço, ótimo final de semana, muita saúde, paz e fique com Deus.

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Para acompanhar os destaques do Momento Leite acesse: www.guiacrissiumal.com.br

 

 

Postado: José Valdenir Mallmann
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