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Agricultura - 10/05/2021 - OIE certifica RS como zona livre de aftosa sem vacinação no final deste mês


Indústria de carnes acredita em aumento das exportações

A 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), marcada para 24 a 28 de maio, no formato virtual, deve homologar o status de área livre de febre aftosa sem vacinação para o Rio Grande do Sul. Como o Comitê Científico da OIE já deu o aval para a mudança em março deste ano, a confirmação da decisão é tida como certa. A indústria de carnes acredita em aumento das exportações, em especial do segmento de suínos.

Na prática, o Estado já deixou de vacinar o seu gado no ano passado, quando suspendeu a segunda das duas campanhas anuais de imunização, em novembro. Até 2019, o Rio Grande do Sul aplicava cerca de 20 milhões de doses por ano. A Secretaria da Agricultura calcula que, a partir do recebimento do certificado, o Estado possa atingir a marca de 1,2 bilhão de dólares em exportação de carnes para mercados onde já atua e outros em fase de abertura.

A diretora do Departamento de Defesa Agropecuária da Seapdr, Rosane Collares, ressalta que não houve questionamentos do grupo de especialistas e nem dos delegados da OIE quanto às condições do Rio Grande do Sul. “Então entendemos que está bastante bem encaminhado para a assembleia”, ressalta. A entrega do certificado internacional deve ocorrer no dia 27. “A expectativa é a melhor possível porque todos os requisitos foram atendidos e o serviço veterinário oficial do Estado se fortaleceu”, observa a superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Helena Pan Rugeri.

O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, destaca que a suinocultura gaúcha atualmente encontra limitações de acesso ao maior mercado para a proteína animal brasileira, que é a China. Sem o reconhecimento internacional de livre de aftosa sem vacinação, o Estado está limitado a embarcar somente carne sem osso, o que impacta na exportação de determinados cortes, como a costela suína. “Esperamos que imediatamente haja condições para buscar a revisão do tratamento que é dispensado ao Rio Grande do Sul”, revela. O suíno é uma espécie suscetível, mas não portadora da doença.

O avanço do status sanitário integra o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa, do Ministério da Agricultura. A homologação da retirada da vacinação também é aguardada pelo Paraná, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e de Mato Grosso. 

Fonte: Correio do Povo

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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