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Saúde - 10/05/2016 - HCC vai cobrar o Estado na Justiça e suspende atendimentos eletivos e cirurgias


Ação também acontece em outros hospitais filantrópicos gaúchos

No dia 30 de abril as 245 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos fecharam quatro meses sem receber recursos de programas específicos. O Governo do Estado não repassa, desde dezembro de 2015, R$ 36 milhões mensais por serviços prestados pela rede. O montante não repassado já vem reduzindo a estrutura hospitalar e consequentemente prejudicando o atendimento aos gaúchos em muitas cidades e agora, afeta também Crissiumal.

 

Uma reunião da Diretoria do HCC, na noite desta segunda-feira, 9 de maio, decidiu que a partir de 10 de maio os atendimentos eletivos e cirurgias  serão suspensos por tempo indeterminado,  o HCC apenas vai atender as emergências e urgências no Pronto Socorro.Também foi discutido na reunião a situação do Pronto Socorro que também está sem repasses desde janeiro desse ano e a Diretoria decidiu que se não houver repasses ainda nesse mês estará se reunindo novamente para decidir sobre a suspensão do serviço.

 

Uma pesquisa aplicada pela Federação das Santas Casas do RS indica que de janeiro a abril deste ano, 35% dos hospitais já demitiram; 71% estão com honorários médicos atrasados; 43% estão com salários atrasados; 16% reduziram o número de internações e 11% diminuíram os atendimentos ambulatoriais. O HC de Crissiumal, especialmente, está reduzindo o quadro colaborativo desde 2014, está em atraso salarial há dois meses e deixará de atender 30 internações, 30 cirurgias, 430 exames entre Raio X, Ultrassonografia, Eletrocardiograma, (Tomografia, Ressonância) os dois últimos terceirizados, 720 procedimentos de Fisioterapia e outros atendimentos ambulatoriais totalizando uma redução de 1840 atendimento mês.  

 

O Superintendente do HCC, Rafael Brackmann informa que a situação financeira do HCC não permite que a equipe continue trabalhando no vermelho. “Foram quatro meses de espera, e até agora, não houve nenhuma manifestação do Governo do Estado ou da Secretaria da Fazenda que nos mostre uma perspectiva de quando vamos receber esses recursos. Quando recebemos em atraso, fomos organizando nossas contas, mas agora, quatro meses depois, já não temos estratégias nem alternativas de onde buscar recursos, se não, cobrar do Estado o mínimo que realizamos pelos nossos serviços à população. Não é dinheiro para o Hospital, mas é dinheiro para pagar os salários dos nossos colaboradores, tanto administrativos, como técnicos e médicos, bem como fornecedores, inclusive de materiais utilizados nos tratamentos e cirurgias de traumatologia e ortopedia, que são materiais de elevados valores, mas necessários para os nossos pacientes”, explicou Rafael.

 

Além disso, a Federação vai buscar através do Tribunal de Contas do Estado, a contestação da baixa aplicação de recursos financeiros na saúde para a população gaúcha. A Federação alega que o RS não está aplicando os 12% do orçamento em saúde.

 

A expectativa da Diretoria do HCC é que seja possível dar início à ação judicial ainda nessa semana e que a paralisação dos atendimentos eletivos provoque uma redução nas despesas do Hospital. “Sabemos dos riscos e não é a atitude que gostaríamos de anunciar, porém, se continuarmos atendendo, estaremos produzindo mais despesas, que não sabemos se serão pagas. Estamos no limite”, argumentou Brackmann.

 

Assessoria de Imprensa do HCC

Foto: Guia Crissiumal Arquivo

Postado: Leila Ruver
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