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Geral - 08/02/2017 - O que muda com as novas regras para aderir ao Minha Casa Minha Vida


Governo promete maior acesso ao programa

As regras foram anunciadas, e agora as famílias precisam ficar atentas para o que vem por aí no maior programa de acesso à casa própria no Brasil. A promessa do governo federal é de maior acesso ao Minha Casa Minha Vida (MCMV) depois do reajuste das faixas de renda e também do limite de financiamento.

 

A expectativa é um número maior de residências sendo custeadas, com estímulo para a construção civil. Mas as novas regras não dão nada de graça nem fazem mágica.

 

— Comprar imóvel é algo que se faz com planejamento. A prestação tem de caber dentro do orçamento. Porque será um parcelamento de muitos anos — alerta o educador financeiro Adriano Severo.

 

Agora, famílias com ganho mensal de até R$ 9 mil poderão ter acesso ao financiamento pelo programa, que contempla uso do FGTS e tem condições mais vantajosas do que o crédito imobiliário tradicional. Até então, o limite era de R$ 6,5 mil. 

 

— Mais gente, que antes tinha de financiar a juros altos, poderá se enquadrar no programa. Vai ser importante para o mercado, mas não será um impacto tão grande — avalia o corretor de imóveis Murialdo Crescencio, especializado no MCMV.

 

Outras faixas de renda também tiveram reajuste. Para se enquadrar na Faixa 1,5, a renda total da família precisa ser de até R$ 2,6 mil. Antes, esse limite era menor, de R$ 2,35 mil. Na faixa 2, agora é preciso ter renda de até R$ 4 mil, não mais de R$ 3,6 mil. Na prática, houve um reajuste de 7,69% nos limites antigos. Para se enquadrar na Faixa 1, as famílias seguem tendo de receber até R$ 1,8 mil.

 

Também foi aumentado o valor máximo dos imóveis que podem ser incluídos nas operações com FGTS. Em Porto Alegre, de R$ 200 mil passará a R$ 215 mil. Mas, segundo o Ministério das Cidades, existe a possibilidade de um aumento de 25% nos valores do teto dos imóveis.

 

Isso significa que, na Capital, para a renda familiar mais alta dentro do MCMV, poderão ser enquadrados imóveis avaliados em até R$ 268.750. Para quem ganha menos, a alteração dos valores de subsídio também é uma novidade, com descontos maiores. Na Faixa 1,5 passa de R$ 45 mil para R$ 47.500 e, na Faixa 2, o desconto aumenta de R$ 27.500 para R$ 29 mil.

 

— Digamos que será o empurrão que faltava para quem já vinha se planejando. Acredito que atraia mais quem já tem casa e queria se mudar para alguma maior, ou quem já vinha pagando aluguel há muito tempo e queria a casa própria — afirma Murialdo.

 

As mudanças estão previstas para entrar em ação imediatamente, a partir da publicação da Resolução do Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 

 

 

 

As novas regras do Minha Casa Minha Vida

 

Novos limites de renda familiar:

/// Faixa 1: permanece em R$ 1,8 mil

/// Faixa 1,5: de R$ 2.350 para R$ 2,6 mil

/// Faixa 2: de R$ 3,6 mil para R$ 4 mil

/// Faixa 3: de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil

/// Valor máximo para imóveis financiados com recursos do FGTS em Porto Alegre: de R$ 200 mil para R$ 215 mil. Pode chegar a R$ 268 mil para a Faixa 3.

 

Quem sai mais beneficiado:

/// Famílias com renda entre R$ 6,5 mil e R$ 9 mil têm o maior empurrão para a casa própria.

/// Agora, dentro da Faixa 3, podem obter financiamento no MCMV com juros entre 8,16% e 9,16%.

/// Fora do programa, as taxas praticadas variam entre 10% e 14%.

Exemplo:

– Uma família que financiava o valor de R$ 200 mil (taxa de 12% ao ano) pagaria em 30 anos o total de R$ 564 mil.

/// Na nova regra, dentro da Faixa 3, a soma em 30 anos pelos mesmos R$ 200 mil seria de R$ 476 mil (taxa de 9,17% ao ano). Uma diferença de R$ 88 mil.

/// Podem haver outras taxas e custos. 

 

Reajuste nas outras faixas:

/// Já eram atendidas pelo MCMV, mas também ganham com as novas faixas.

/// Quem está na Faixa 1 pode receber subsídio de 90% do valor do imóvel.

/// Na Faixa 1,5, o benefício máximo passa de R$ 45 mil para R$ 47,5 mil, com 5% de juros ao ano. 

/// Na Faixa 2, o subsídio aumenta de até R$ 27,5 mil para o limite de R$ 29 mil, com 5,5% a 7% de juros ao ano.

 

No MCMV, você NÃO PODE:

/// Ser dono ou ter financiamento de imóvel residencial.

/// Ter recebido benefício de outro programa habitacional do governo federal.

/// Estar cadastrado no Sistema Integrado de Administração de Carteiras Imobiliárias (SIACI) e/ou Cadastro Nacional de Mutuários (CADMUT).

/// Ter débitos com o governo federal.

 

Avaliação consciente:

/// É a hora de comprar imóvel?

/// Se você ainda não planejou, não é o momento de fazer a compra.

/// A decisão depende de como estão as finanças da família. 

 

Responda aos seguintes questionamentos:

/// Quanto pode suportar de prestação?

/// Quanto pode dar de entrada?

/// Tem reserva para as despesas extras?

/// Do que está disposto a abrir mão durante o período de financiamento?

 

Avalie a renda:

/// É preciso um diagnóstico completo.

/// Você não deve comprometer mais do que 30% da renda com a prestação.

/// Para isso, por um mês, anote todas as despesas da casa, da conta de luz até o pãozinho da padaria.

/// Você saberá, assim, qual o percentual que sobra da renda e onde é possível cortar.

///Com esses números na mão, haverá condição de avaliar: 

– Quanto tempo para adequar a renda a uma prestação de imóvel?

– Quais despesas posso e estou disposto a cortar?

– Quanto tempo preciso para conseguir fazer uma reserva para outros gastos, taxas do banco e impostos do imóvel?

/// Começando do zero, esse processo leva, pelo menos, um ano.

 

Para ficar atento aos imóveis

Novo ou em construção:

/// Não feche negócio sem conhecer a localização do novo ou futuro imóvel.

/// Cobre o memorial descritivo do imóvel. Nele estão os detalhes do apartamento e do condomínio como áreas oferecidas e materiais usados.

/// Confira também o histórico da construtora. Entrega no prazo? Há muitas queixas?

 

Fonte: educadores financeiros Jó Adriano da Cruz, Adriano Severo, corretor de imóveis Murialdo Crescencio e Ministério das Cidades

Foto: Agência RBS

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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