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Polícia - 07/11/2017 - Vereador foi preso em Tenente Portela


Prisão ocorreu quando o mesmo chegava à Sessão do Legislativo

O vereador mais votado de Tenente Portela e cacique da Reserva Indígena do Guarita foi preso em uma operação policial sob suspeita de colaborar no ataque a dois bancos em Miraguaí, que fica a 25 km da cidade dele, ambas no noroeste do Estado. Valdonês Joaquim (PSD) foi detido quando se deslocava para a Câmara de Vereadores de Tenente Portela, no final da tarde de segunda-feira (6). 

O pai dele e ex-cacique, Valdir Joaquim, também teve prisão decretada, mas está foragido. O promotor de Justiça da cidade, Guilherme Santos Rosa Lopes, informou que as investigações apontaram para a participação da dupla nos assaltos ocorridos em fevereiro — eles teriam fornecido alojamento aos criminosos, que ficaram acampados em um terreno dentro da reserva.

Lá, teria sido organizado um treinamento de tiros. O local ainda foi usado, segundo a investigação, para esconder os veículos, as armas e o dinheiro roubado. Conforme o promotor, foram os dois que viabilizaram a fuga dos assaltantes, que se deslocaram por dentro da reserva, local de difícil acesso para a polícia. 

Essa é a 25ª prisão da investigação sobre o assalto na chamada operação Novo Cangaço, nome em alusão à forma violenta com que os crimes ocorreram. Na manhã desta terça-feira (7), cerca de 130 policiais civis e militares entraram na reserva, que tem 23 mil hectares e 6 mil habitantes, em busca de provas contra o cacique. Munição e cartuchos de vários calibres foram apreendidos.

De acordo com o delegado Marion Volino, a polícia já tinha o vereador como suspeito durante a primeira fase da investigação, mas ainda reunia provas contra ele.

— Na época do inquérito havia indícios que levavam a crer que havia participação dele. O inquérito foi encerrado e agora novos elementos surgiram, como pessoas que procuraram MP para depor contra ele — diz o delegado. 

A reportagem de GaúchaZH ainda tenta contato com a defesa do vereador. Um funcionário da Câmara de Tenente Portela que preferiu não se identificar informou que o Legislativo ainda não recebeu nenhum comunicado oficial da Polícia Civil, da Brigada Militar ou do Ministério Público.

— O clima na cidade é de curiosidade, pois ninguém sabe ao certo se ele foi preso para ser investigado ou se cometeu algum crime — afirma.

 

Fonte: RD Gaúcha / Foto: Câmara de Vereadores

Postado: Leila Ruver
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