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Texto de Opinião - 07/10/2020 - A realidade dos professores em tempos de pandemia


Por Juliana Radtke Foesch - Professora das escolas Rotermund e Ponche Verde.

Estamos vivendo um momento bastante delicado e difícil. Jamais imaginávamos passar uma situação como a atual. Diante desse cenário que estamos vivenciando, os desafios são gigantescos para a educação como um todo e para os professores em particular.

No início de cada ano letivo, projetamos o queremos para o novo período que inicia. Fizemos planos, temos ideias e pensamos em projetos para que nossos alunos consigam um aproveitamento cada vez maior. Os professores têm uma grande preocupação com a aprendizagem de todos que estão envolvidos no processo de ensino, e se empenham ao máximo para que isso aconteça.

O ano de 2020, começou normalmente, cheio de expectativas, mas logo, fomos surpreendidos por um vírus, que, nos afastou fisicamente das escolas e dos alunos. As formas habituais de lecionar já não podiam ser utilizadas. Foi preciso encontrar alternativas para envolver, motivar e oportunizar o desenvolvimento dos estudantes, mesmo que a distância. Agora aulas remotas, aulas programadas, uma nova realidade. Isso nos fez pensar, como ensinar nossos alunos através de celulares e computadores? Está sendo muito difícil, buscamos todas as formas possíveis . Tivemos que reinventar a educação, com a consciência de que precisa ser assim para o bem de todos. Fomos preparados para o ensino presencial. E, agora com a mão na massa, estamos aprendendo a ensinar virtualmente.

Os desafios são muitos, mas como não tivemos alternativas, buscamos correr atrás e garantir uma educação boa e de qualidade . A falta do olho no olho entre educador e educandos e das interações entre colegas, são as principais dificuldades. Não paramos, nossas casas transformaram-se em locais de constante contato virtual com alunos.

Se antes da pandemia, já levávamos muitas atividades escolares para casa, agora elas são constantes. Os alunos podem realizar as tarefas no seu tempo, porém isso implica em mais trabalho para o professor. Tivemos que adequar às aulas, materiais e atividades para outro modelo, não presencial. Estamos tendo uma jornada de trabalho enorme, o que acaba afetando até nossa saúde.

A grande maioria dos professores trabalha quarenta horas semanais, e agora vamos muito além. Buscamos recriar atividades, conteúdos e formas de ensinar. Lembrando que muitos, ou a maioria dos educadores têm filhos, que também precisam de atenção.

A sociedade muitas vezes desconhece o dia a dia de um professor. Desvaloriza essa profissão, mas nós educadores, nos mantemos firmes, temos propósitos e acreditamos em nossos alunos e na educação.

Estamos vivendo uma nova realidade, que está se transformando e provavelmente não voltaremos ao normal, pois esta será uma nova etapa, muito diferente do que estávamos vivendo até a pandemia, por isso temos que nos adequar. O mundo, possivelmente, não será o mesmo. A educação e os professores também não.

Juliana Radtke Foesch - Professora das escolas Rotermund e Ponche Verde.

Postado: Leila Ruver
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