O caminhão bi trem carregado de tábuas de madeira colidiu em um ônibus, que saiu de Santo Cristo
Há exatos sete meses, um acidente entre um ônibus e um caminhão, no oeste catarinense, provocou 29 mortes. Cada passo do que aconteceu na madrugada do dia 5 de março, na BR-282, em Descanso (SC), foi analisado pelos peritos. O resultado da perícia foi divulgado pela Polícia Civil e aponta excesso de velocidade como a causa do acidente.
O caminhão bi trem carregado de tábuas de madeira colidiu em um ônibus, que saiu de Santo Cristo, noroeste gaúcho, com destino ao Paraná. Segundo a perícia, o motorista do caminhão invadiu a pista contrária em uma curva e, na tentativa de voltar, fez uma manobra brusca e tombou.
— Nesse exato momento em que houve o tombamento do caminhão, o tacógrafo registrou 95km/h. Então percebe-se mais uma vez que o motorista conduziu com certa imprudência, ou seja, com excesso de velocidade — destaca o delegado Rudinei Charão, que acompanhou o caso.
O saldo da imprudência foi trágico: 17 feridos e 29 mortos, entre eles o motorista do caminhão e sua mulher. A maioria das vítimas morava na comunidade de Linha Salto, interior de Santo Cristo, e viajava para participar de um campeonato de bolão.
Apesar das diversas fraturas pelo corpo, o agricultor Alcides Krammer sobreviveu, mas não aceita a perda de nove parentes.
— Deveria ser diferente porque nós estávamos indo nos divertir e brincar com nossos amigos no Paraná — conta o agricultor Alcides Krammer.
A agricultora Nelci Bamberg, que perdeu o marido no acidente, luta para manter a propriedade rural e sustentar os dois filhos. Ela se revolta ao saber que tantas pessoas morreram por causa do excesso de velocidade.
— A gente lamenta muito isso, não deveria acontecer tanto sofrimento. Tantas famílias destruídas por causa da imprudência — comenta Nelci.
No centro recreativo de Linha Salto, local onde as vítimas participavam de confraternizações, o que restou foi um imenso vazio que jamais será preenchido.
— No sábado passado a gente teve um jantar e percebemos todos aqueles casais faltando. É muito triste — afirma a moradora da linha Salto, Eliane Klein.
No cemitério, a imagem de uma série de estrelas nos túmulos de jovens e adultos, vítimas da imprudência no trânsito, instiga à reflexão.
— Se todos não ultrapassassem a velocidade, quem sabe não acontecerão tantas tragédias — comenta a agricultora Vera Back.
Fonte: Zero HoraTweet |