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Leite - 05/07/2011 - Lactalis assume controle da Parmalat e forma a maior empresa de lácteos do mundo


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O grupo francês Lactalis obteve ontem (27) o controle da italiana Parmalat, criando a maior empresa do setor de lácteos do mundo. Com 29% de participação na Parmalat, empresa que tem o capital muito pulverizado, o laticínio francês impôs sua visão durante a assembleia geral reunida em Parma, colocando seus nove candidatos no conselho de administração que tem onze membros.

Os dois outros assentos ficaram com representantes de acionistas minoritários, formados principalmente por numerosos fundos de investimento. Com isso, o grupo francês, conhecido pela marca Président, não precisará esperar até o fim de sua oferta pública de compra, em 8 de julho, para ficar com o controle da Parmalat, com a qual chegará a uma receita de € 14 bilhões, tornando-se líder global em lácteos.

A Lactalis também nomeou seu candidato, Francesco Tato, antigo chefe do grupo de energia Enel, para a presidência da Parmalat e conseguiu aprovar redução do mandato do conselho para um ano contra os três atuais. O novo diretor-executivo será nomeado na primeira reunião do novo conselho. Ele irá substituir Enrico Bondi, que assumiu a Parmalat como interventor depois que a empresa italiana quebrou em dezembro de 2003. Antonio Sala, diretor-geral delegado da Lactalis e presidente da Lactalis Itália, é cotado para o cargo.

A tomada do controle da Parmalat pela Lactalis acontece após meses de braço de ferro. Em março, a Lactalis pegou o mercado de surpresa e adquiriu 29% do capital da italiana, montante suficiente para obter o controle da Parmalat. Apoiados pelo governo da Itália, bancos e a Caixa de Depósitos italiano tentaram formar uma aliança para conter a Lactalis, que acabou anunciando, no fim de abril, uma oferta de compra da Parmalat. A empresa italiana rejeitou a oferta de € 2,60 por ação - ou cerca de € 4,5 bilhões pelo total -, mas a Lactalis se recusou a aumentar o valor. O sucesso da oferta de compra da Parmalat pela Lactalis foi condicionado à detenção de ao menos 55% do capital da companhia italiana, mas as condições podem ser modificadas.

Antes da oferta da Lactalis, a brasileira LBR - Lácteos Brasil chegou a negociar uma operação de troca de ações com a Parmalat. Como a LBR tem licença para uso da marca no Brasil, a expectativa de analistas é de que a francesa inicie algum tipo de negociação com a empresa brasileira.

 

Consumo de lácteos no Uruguai atingiu 242 litros per capita em 2010
 
O consumo aparente de lácteos no Uruguai foi em 2010 de 242 litros por habitante, um volume 9 litros superior ao de 2009 e o máximo registrado no país, segundo um relatório do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai.

Na Argentina, os últimos dados oficiais disponíveis sobre consumo interno de produtos lácteos são de 2009. No mercado argentino, o consumo está estancado em torno dos 200 litros por habitante por ano, após ter alcançado 230 litros no final da década de noventa.

A produção total de leite no Uruguai obtida nos estabelecimentos comerciais foi estimada em 1,756 bilhão de litros, sendo o principal destino comercial a remissão às indústrias processadoras, que totalizou 1,551 bilhão de litros (88%). A elaboração dentro dos estabelecimentos e a venda direta somaram 137 milhões de litros; o resto foi utilizado para consumo próprio nas fazendas.

A remissão do ano de 2010 no Uruguai veio de 3.278 produtores, 93 a menos que em 2009, representando uma queda de 2,8%. Em contrapartida, o volume médio por produtor alcançou 1.297 litros diários, dado que mostra um aumento de 8,3% com relação ao ano anterior.

 

 

Wagner Rossi diz que Brasil não aceitará controle de preço nos alimentos
 
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, realizou nesta quarta-feira (29), um balanço da participação brasileira na reunião do G-20 Agrícola, realizada este mês na França; e da eleição de José Graziano da Silva para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na Itália. Segundo Rossi, no G-20 agrícola o Brasil deixou claro que não aceitará controle sobre os preços dos alimentos, que defende uma política de transparência sobre os dados agrícolas mundiais e aumento da produção para evitar crises de segurança alimentar ao redor do mundo.

De acordo com Rossi, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, chegou a tentar reavivar o discurso sobre a necessidade de controle de preços para os produtos agrícolas, mas não foi bem-sucedido nessa proposta, que desagrada ao Brasil. "A posição do Brasil foi muito simples. Defendemos que o aumento da produção é necessário para resolver a questão dos preços, na busca pelo equilíbrio. E isso foi incorporado nos discursos de vários outros países e até no texto final da reunião do G-20 agrícola", disse Rossi.

Segundo o ministro, o Brasil deixou claro que não aceitará qualquer interferência no mercado que penalize os produtores eficientes, embora tenha admitido que os subsídios europeus para a agropecuária não foram duramente criticados no discurso brasileiro. "Dentro da Europa há um movimento claríssimo pela redução dos subsídios agrícolas", afirmou. Rossi disse ter argumentado que também é preciso rediscutir o conceito atual de que os preços dos alimentos estão muito altos. "É preciso fazer uma relação de troca com os produtos industrializados e ver como está isso em comparação ao passado", afirmou.

Segundo Rossi, outra vitória brasileira foi a de esclarecer que a produção de etanol de cana de açúcar, como energia renovável para a frota de veículos, não ameaça a produção de alimentos. "Houve a tentativa de alguns países de colocar algum obstáculo ao programa de energia renovável do Brasil,", afirmou Rossi. Esse problema, segundo ele, foi sanado, ao ser explicado que menos de 1% das terras agrícolas brasileiras suprem a demanda de álcool. "O texto final foi extremamente leve a programas dessa natureza", comentou o ministro.

Rossi disse que a transparência na divulgação de dados agrícolas (produção, estoques, clima) é uma política atualmente defendida pela maioria dos países, mas admitiu que ainda há resistências. "A China quer ter reserva de informação e temos de respeitar isso", disse.

Sobre segurança alimentar, Rossi disse que é preciso haver uma política mundial de contenção de crises e usou o termo "estoques virtuais". Países produtores, como Brasil, Argentina e Estados Unidos, teriam estoques físicos para ajudar em situações de emergência. Países ricos, mas que não são fortes na agropecuária, poderiam ajudar com recursos em momentos de crise, defendeu. Também nesse caso, o ministro disse que a melhor solução é promover o aumento da produção de alimentos, em todas as regiões.

A respeito da eleição de Graziano para a FAO, Rossi disse que a decisão "é a expressão da força do Brasil na comunidade internacional". Apesar da vitória brasileira, o ministro destacou que Graziano trabalhará como líder de um organismo internacional e "não sob a óptica nacional".

Postado: Leomar Martinelli
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