Força para suportar o futuro
Ela vem dos músculos, e há provas de que conservá-los amplia a qualidade e a expectativa de vida na maturidade lá adiante. Manter a massa muscular em forma soa papo de viciado em academia, certo? Então comece a rever os seus conceitos porque, guardadas as proporções, esse tema tem tudo para invadir os consultórios e nortear os conselhos dos profissionais da saúde. Segundo um novo estudo americano, cuidar dos músculos é uma das chaves para envelhecer com vigor. De acordo com o trabalho, a perda gradual do tecido muscular passa a perna na disposição e na autonomia, além de elevar o risco de quedas e fraturas. E o que isso tem a ver com a expectativa de vida? Especialistas calculam, por exemplo, que a taxa de mortalidade após a quebra de um fêmur chega a 40% após um ano do acidente. Não basta, portanto, se contentar com ossos fortes se a musculatura que lhes dá suporte está fraca. Além disso, quando a fuga dos músculos vem acompanhada do ganho de gordura, a alteração na composição corporal predispõe ao diabete, à hipertensão e demais doenças cardiovasculares.
Você já ouviu falar de obesidade sarcopênica? Este termo complicado está se popularizando no meio científico. Ele faz referência à junção de duas condições bastante comuns hoje: a perda de massa magra e o acúmulo de gordura, em especial na barriga. Essa troca cruel soma riscos à saúde. Ainda trabalha-se em sua definição, mas já se sabe que esse quadro, com barriga, é pior do que a flacidez muscular sozinha.
Conheça os principais fatores que conspiram a favor da sarcopenia, o déficit de força e massa muscular.
Envelhecimento: Com o passar dos anos, ocorre uma redução na produção dos hormônios que fazem os músculos crescerem, a testosterona e o GH. De quebra, os radicais livres danificam em maior grau as fibras musculares;
Sedentarismo: O exercício físico, sobretudo a musculação, é determinante para estimular a massa magra. A inatividade não só murcha esse tecido como altera a síntese dos hormônios que o mantêm firme;
Má alimentação: Músculos são formados basicamente por água, proteína e glicogênio. Se falta proteína no prato, eles tendem a ficar mirrados. Daí a recomendação de investir em carnes, lácteos magros e leguminosas;
Corticoides: Essa classe de remédios, de efeito anti-inflamatório, pode ser um veneno para a massa muscular se usada cronicamente e sem critério. Para evitar que isso renda uma sarcopenia, nada melhor do que a orientação médica;
Anticoncepcional: Mulheres que usam pílula devem apostar mesmo em atividade física e dieta balanceada. É que parte dos anticoncepcionais, mesmo os de baixa dosagem, afeta a síntese de testosterona, favorecendo a perda de massa magra;
Doenças crônicas: Uma série de enfermidades pode propiciar a sarcopenia. Fazem parte da lista doenças intestinais que geram diarreias frequentes, males respiratórios, aids, câncer...Ficar acamado também faz os músculos definharem;
Álcool e cigarro: Estudos apontam que quem fuma e bebe apresenta um pior perfil de massa magra, embora não se tenha estabelecido uma conexão direta entre o hábito e o problema. Sabe-se, ao menos, que o cigarro lesa vasos que nutrem os músculos.
O avançar dos anos depõe contra a musculatura. Em geral, entre os 35 e os 60 anos uma pessoa pode perder cerca de 20% da sua massa magra. Mas há um elemento capaz de atenuar os efeitos do tempo nesse sentido, a prática de exercícios, especialmente a musculação, pois o tecido muscular é mais íntegro e o percentual de gordura menor entre quem se exercita. Quanto mais cedo começa-se a se mexer, mais lenta é a deterioração da musculatura.
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