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Saúde - 04/04/2017 - Conselho de Saúde emite parecer contrário à regionalização de partos


Prefeito e presidente da Amuceleiro, Roberto Bergmann também se manifestou contrário à proposta

A reunião mensal do Conselho Municipal de Saúde de Crissiumal, realizada na última semana tratou de um assunto que pode trazer mudanças significativas no setor de saúde dos municípios de todo o Rio Grande do Sul.

A proposta que está sendo avaliada pelas lideranças é participar da Rede Cegonha, um programa federal que visa uma melhor cobertura e atenção no atendimento de gestantes e crianças recém- nascidas. Entretanto, o programa faz algumas exigências aos prestadores de serviço, no caso, os hospitais, que vão de encontro à realidade dos filantrópicos e da própria infraestrutura dos municípios.

De acordo com o administrador do Hospital de Caridade de Crissiumal, Rafael Brackmann, entre as exigências para que um hospital esteja credenciado na Rede Cegonha é de que tenha 365 partos ao ano e uma equipe médica mínima de 8 médicos, entre eles,  obstetras e pediatras. Nos municípios que não tiverem essa estrutura, os usuários serão encaminhados aos hospitais de referência. “No caso de Crissiumal, o Hospital não atende 90 partos ao ano, nem tem condições hoje de oferecer uma equipe deste formato. Entretanto, não é interessante para uma gestante ficar dependendo dos hospitais de referência, que poderá ser em Ijuí ou Três Passos, o que ainda será discutido num segundo momento. Nossa opinião enquanto entidade e membro do Conselho é que busquemos alguma alternativa para manter o atendimento às nossas gestantes”, explicou Rafael. 

A secretária de saúde, Suelen Cocco também se coloca contrária à decisão de regionalizar os partos em hospitais da região.  A presidente do Conselho, Romarisa de Moura também defende a ideia de buscar uma negociação frente a realidade diferenciada de Crissiumal perante outros municípios. “A nossa situação é diferente, e imagino que outras cidades também terão dificuldades nesse sentido. Nós não temos asfalto com boas condições, temos gestantes que estão há 30 quilômetros longe da cidade, até ela chegar aqui e ser encaminhada a um hospital, no mínimo a 60 km de distância, não imagino que seja algo viável do ponto de vista humano. Se tiver algo que possamos fazer enquanto Conselho, é nosso dever. Vamos buscar alternativas”, afirmou.

O prefeito de Crissiumal e presidente da Amuceleiro, também se manifestou contrário a proposta. “As maiores dificuldades residem na falta de estrutura de transporte para os pacientes e de equipe de suporte e apoio para transferências de urgência, pelas péssimas condições de acesso  e conservação das rodovias em face a distância de Ijuí ou Três Passos. Essa centralização também pode trazer consequências graves a longo e médio prazos, inclusive com o fechamento de hospitais”, emitiu Bergmann.  

Nesse sentido, um parecer foi elaborado apontando a realidade do município de Crissiumal frente às exigências do Programa Rede Cegonha e com o intuito de obter alguma adaptação tendo em vista a localização do Município, a distância entre os possíveis hospitais de referência e condições de acesso.  O parecer será enviado a entidades representativas, como Coordenadoria de Saúde, Amuceleiro e Secretaria Estadual da Saúde.

 

Fonte/Foto: Neila Daronco / Assessoria de Imprensa do HCC

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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