Crissiumalense vive de engraxar sapatos
Um crissiumalense, há anos desempregado, encontrou uma maneira para garantir o seu sustento e ainda lhe dar satisfação profissional: lustrar sapatos. Ele não precisou de muito para dar início à nova etapa de sua vida. Primeiro adquiriu o material necessário e aprendeu sozinho o novo ofício. Depois, com a ajuda da Abemec (Associação do Bem Estar do Menor), ele conseguiu uma caixinha. Além disso, usa crachá para se identificar e guarda-pó com seu nome e número de telefone impressos. Somente depois de tudo isso, ele se sentiu pronto para encarar o trabalho. Não só em Crissiumal. Ele começou pensando em expansão.
Há cerca de dois meses, Juarez André Flores Borth, de 26 anos, está visitando as cidades de Santa Rosa, Três de Maio, Horizontina, Três Passos e Tenente Portela para desempenhar a sua profissão. Ele tem licença para isso. “Pago alvará. Quero trabalhar legalizado”, diz ele, com orgulho. As viagens são feitas de ônibus, mas ele pretende tirar carta de motorista para fazer o deslocamento de carro.
Para dar um trato legal aos sapatos, ele cobra apenas dois reais. No final do dia, geralmente tem 50 reais no bolso. Assim, com simpatia, competência e profissionalismo, está, a cada dia, conquistando mais fregueses. E ele já pensa em ampliar o negócio, porque, para esse crissiumalense que estudou até a 5ª série, foi-se o tempo em que para conquistar clientes o engraxate improvisava um sambinha com a flanela sobre o couro do calçado na hora de lustrar. O jovem acredita que, em sua profissão, é preciso bem mais que talento com o pano e a graxa. É preciso ter espírito empreender.
Seu sonho é se estabelecer em Três Passos com uma banca de jornais, oferecendo, também, cafezinho e cigarro.
Por enquanto, Juarez dá expediente em residências, estabelecimentos comerciais e nas ruas. Também leva serviço para casa. O engraxate é solteiro. Mesmo tendo sete irmãos, reside sozinho.
Carlos Grün | DIFUSORA / ATOS E FATOS
Postado: Clécio Marcos Bender RuverTweet |