Há exatos 6 anos, granizo gigante destruiu parte da cidade
Nesta quarta-feira, 15 de junho de 2011, fazem exatos 6 anos da granizada histórica que atingiu Crissiumal. Aquele dia ficou na memória dos crissiumalenses, como um dos mais tristes da história. Por outro lado Crissiumal na época mostrou ser uma comunidade muito unidade, que com a ajuda de todos e também de cidades vizinhas, deu a volta por cima.
Na época o granizo iniciou em meio a um temporal, com muito vento, por volta das 4:30 da manhã. Durou cerca de 5 minutos, que mais pareciam uma eternidade. Mesmo no escuro, já que a energia elétrica foi interrompida na hora já dava para se perceber os estragos, pois com a forte chuva a água descia pelas casas.
Veja reportagem de Silvana Castro, do Zero Hora, no dia 16/06/05:
Bombardeio de granizo em Crissiumal
De residência suntuosa ao casebre de duas peças, o granizo com vento que provocou pânico na madrugada de ontem, em Crissiumal, no noroeste do Estado, não poupou classe social nem as estruturas mais resistentes das construções. Cerca de 2 mil casas, 80% das edificações da cidade de 15 mil habitantes, foram atingidas, e dezenas de moradores ficaram feridos.
Por volta das 3h30min, vidraças inteiras foram estilhaçadas pelas pedras de gelo do tamanho de laranjas. Rombos nos telhados davam a impressão de que Crissiumal tinha sido alvo de bombardeio. O estrondo das pedras acordou a cidade, que parou ontem. O temporal durou no máximo 20 minutos e atingiu ainda os municípios de Humaitá e Sede Nova, onde os estragos foram menores.
Não houve expediente na prefeitura durante o dia. Os funcionários ficaram socorrendo famílias desabrigadas. Pelo menos 500 estavam em situação extrema, conforme o prefeito, Walter Heck (PSB). A luz só voltou ao meio-dia. O comércio não abriu as portas de manhã, e as escolas não funcionaram. O posto de saúde, inundado, não atendeu.
Situação de emergência deixou 400 desalojados na cidade
No Hospital de Caridade, 35 pessoas procuraram o pronto-socorro das 8h às 11h feridas por cacos de vidro e pedras. Houve também duas fraturas resultantes da correria. Com um curativo na fronte e hematomas nas mãos, Maria Soares de Mattos, 72 anos, sentiu no corpo o impacto das pedras que as telhas de brasilite da casa de madeira não suportaram. A aposentada calcula ter sido atingida por seis pedras.
- As crianças estavam numa gritaria só. Coloquei elas dentro do roupeiro, e tomei pedrada nas mãos e na cabeça - conta.
A prefeitura decretou situação de emergência. Pelo menos 400 pessoas foram alojadas em centros comunitários. Cidades vizinhas enviaram roupas, colchões, alimentos e lonas para Crissiumal.
Na reconstrução das casas, um homem perdeu a vida, alguns dias depois da granizada, o que aumentou ainda mais a dor dos crissiumalenses. Na área agrícola plantações e pastagens inteiras foram destruídas, com o município tendo um prejuízo financeiro enorme.
Até hoje pessoas de Crissiumal tem um verdadeiro trauma de temporais, depois disso já tivemos alguns vendavais violentos, mas nada que se compare ao granizo de 15/06/05.
Fonte: Guia Crissiumal / Zero Hora
Fotos: Inema / Companhia da Trilha
Postado: Clécio Marcos Bender RuverTweet |