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Vera Academia - 31/08/2018 - Coluna Vera Academia do dia 31.08.2018


Dor nas costas

Uma noite mal dormida, uma sacola muito pesada, um dia inteiro sentado na frente do computador...são várias as situações que fazem as costas entrarem em crise. Não à toa, a dor nessa área do corpo é a principal causa de incapacidade em todo mundo. No Brasil, ela atinge até 13% de toda população e só perde para a pressão alta no ranking das maiores queixas de saúde. Não tem jeito: se você nunca sentiu pontadas na região lombar, tenha certeza que um dia passará por essa chateação. Em primeiro lugar, isso tem a ver com a própria evolução da espécie humana. Há milênios, quando nossos antepassados adotaram a posição bípede e ereta, a coluna vertebral e os músculos que circundam as vértebras sofreram uma série de adaptações que invariavelmente levam a desgastes. O passado dos homens e mulheres das cavernas pode até justificar parte do problema. Mas como explicar que o impacto global das dores nas costas aumentou 50% desde 1990? O principal motivo é que passamos mais de 200 mil anos em pé e, nos últimos séculos, a má postura e o sedentarismo vêm provocando a atrofia dos músculos paravertebrais, o que traz a dor. 

Na esmagadora maioria das vezes, a dor nas costas não tem origem definida. Dificilmente conseguimos atribuir uma causa única. Estresse, ansiedade, repouso prolongado e falta de atividade física estão envolvidos, além do histórico familiar, tabagismo, excesso de trabalho, sedentarismo, excesso de peso, depressão e CIA. Em apenas 1% dos casos, é possível identificar uma enfermidade por trás do sintoma. As mais comuns são traumas e fraturas após acidentes, tumores próximos da coluna que crescem e apertam os nervos e a espondiloartrite, grupo de doenças reumáticas de fundo inflamatório. Os serviços de emergência não são exatamente os lugares mais indicados para identificar e remediar as chateações lombares, pelo menos quando pensamos no longo prazo. O objetivo ali é apagar o incêndio momentâneo, mas é preciso fazer algo a mais para que o quadro não volte a atacar. A sugestão é marcar uma visita ao especialista e, a partir de um bom exame no consultório, iniciar mudanças no estilo de vida que vão diminuir a probabilidade de novas pontadas.

De acordo com estudos recentes, entre todos os métodos testados, apenas os exercícios se mostraram capazes de diminuir, isoladamente, o risco de um desconforto lombar aparecer, em 35% para ser exato. E esse número chegou a 45% quando o agito constante foi atrelado a orientações profissionais voltadas para a integridade da coluna. Outra grande virtude dessa pesquisa está na abrangência de exercícios contemplados. Sim, marcaram presença desde práticas focadas na tonificação de músculos profundos do abdômen e que sustentam a base da espinha, como o treino core, até os alongamentos e o condicionamento aeróbico. Conclusão: todas foram bem-vindas. O mais importante é a pessoa escolher uma de que goste ou que possa vir a gostar. 

 

Postado: Leila Ruver
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