Uma das médicas optou por ficar em Crissiumal
No aeroporto de Brasília, a médica cubana que deixou Crissiumal, concedeu entrevista ao G1, pouco antes do embarque.
A médica cubana Anisleidi Alonso, de 33 anos, embarcou na última semana, em Brasília, com destino a Havana. Especialista em saúde da família, ela deixa o trabalho que exerceu por dois anos no município de Crissiumal.
“Fico triste porque gostaria de poder terminar meu trabalho. Atendia os pacientes mais carentes de todo o município. Agora, os postos ficam sem ninguém até que a prefeitura consiga outros [médicos].”
Na região, Anisleidi pôs em prática os seis anos de formação em medicina na Universidade de Ciência e Saúde, concluídos em 2009. “A medicina em Cuba tem um plano de estudo comum em todas as partes do mundo”, diz.
Questionada sobre o retorno a Cuba, a médica disse encarar o fato com otimismo. O objetivo, até agora, é voltar à cidade onde morava, Villa Clara - a 400 km de Havana –, para atender seu próprio povo.
“Não tenho rancor dos brasileiros. Estou voltando para meu país, onde me formei como médica. Tenho que ser grata a ele.”
“Meu povo me emprestou para trabalhar, ajudar o Brasil, e agora preciso voltar. Lá tenho meus pacientes. Vou continuar feliz como sempre fui, mas com um pouco de saudade.”
A médica chegou a relatar ao G1 que em Crissiumal dois postos fecharam, o que acabou não acontecendo, já que os ESFs onde as cubanas atendiam tiveram remanejamento de profissionais. Além disso, cada ESF voltará a ter um médico nos próximos dias, já que dois médicos brasileiros irão assumir o programa no Município, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde.
Ao todo, cerca de 430 profissionais cubanos que atuavam no Brasil em contratos do programa Mais Médicos embarcaram para Havana, a partir de Brasília, na última semana.
A outra médica cubana que atuava em Crissiumal preferiu ficar residindo no Brasil.
Postado: Clécio Marcos Bender RuverTweet |