Veículos eram enviados para a Argentina
Créditos: João Victor Lopes/Rádio Uirapuru
Uma megaoperação da DEFREC e do Serviço de Inteligência Policial e Análise Criminal (SIPAC) da 6ª Delegacia Regional da Polícia Civil, está sendo desencadeada na manhã desta segunda-feira. Participam 165 policiais, coordenados pelos delegados Adroaldo Schenkel e Diogo Ferreira.
Denominada Operação Hermanos, o objetivo é desarticular um esquema de roubo de veículos, clonagem, receptação, tráfico e contrabando entre o Brasil e a Argentina. Caminhonetes serviam como moeda de troca para armas, drogas e cigarros na Argentina.
Foram cumpridos 43 ordens judiciais, seis prisões preventivas e 37 mandados de busca e apreensão nas cidades de Passo Fundo, Marau, Carazinho, Não Me Toque, Caxias do Sul, Crissiumal, Santo Ângelo, Tiradentes do Sul e Doutor Maurício Cardoso. No total onze pessoas foram presas.
Alguns dos presos já haviam sido presos por roubo de automóveis e contrabando de cigarros. Ainda, outro investigado foi descredenciado pelo Detran e quatro veículos foram recuperados.
A investigação teve início em março, após a recuperação de duas caminhonetes roubadas em Passo Fundo, com a prisão de três homens e a apreensão de um adolescente. A partir daí foram identificados vários integrantes de uma quadrilha especializada em roubar este tipo de veículo na região.
O delegado Adroaldo Schenkel afirma que os bandidos escolhiam previamente os carros e colocavam em locais pré-estabelecidos para evitar possível rastreamento, sendo as marcas mais visadas Hilux e Amarok.
Outra parte da quadrilha era responsável pela confecção ilegal de placas. Uma pessoa ligada ao Detran na região, já descredenciada, auxiliava o grupo. Assim, os carros eram clonados para facilitar o transporte até a fronteira e despistar a polícia nas rodovias. De dois a três criminosos levavam os veículos até a Argentina, inclusive com veículos usados como batedores para avisar sobre barreiras policiais.
Integrantes da organização criminosa, residentes na fronteira do Estado com a Argentina eram responsáveis pela receptação dos automóveis. Eles atravessavam o Rio Uruguai utilizando balsa e barco clandestinos atracados às margens de propriedades dos próprios investigados.
Nestes locais, ocorriam as trocas dos veículos de luxo por drogas, armas e cigarros contrabandeados do Paraguai.
Posteriormente, na troca de carros por cigarros, por exemplo, integrantes da organização criminosa transportavam a mercadoria até Passo Fundo e outras cidades da região. Outros criminosos recebiam e distribuíam em bares, mercados e ambulantes.
*Rádio Gaúcha / Rádio Uirapuru
Postado: Leila RuverTweet |