Notícia

Vera Academia - 28/07/2017 - Coluna Vera Academia dia 28072017


Insuficiência Cardíaca - Novo fôlego ao coração

Imagine ficar extremamente cansado ao saborear um prato de sopa ou perder o ar só de permanecer em pé durante o banho. Pois essas são as duras limitações provocadas pela insuficiência cardíaca, uma doença grave e incapacitante. Nela, o coração vai pedindo arrego e não bombeia mais sangue com eficiência para todos os cantos do corpo. Trata-se do saldo final de uma sequência de agressões, como pressão arterial descontrolada, infarto ou certas infecções, sofridas ao longo de vários anos. Como é de esperar, o quadro tem um impacto enorme na qualidade de vida do indivíduo, nas suas atividades profissionais e de lazer, bem como na situação da família.  Não basta tomar cartelas e cartelas de comprimidos se não forem empreendidas também mudanças no estilo de vida. A primeira delas envolve a alimentação. É necessário perder peso, reduzir drasticamente o álcool, restringir o consumo de gordura e colocar o mínimo de sal na preparação da comida. Para os que sofrem de insuficiência cardíaca, a ingestão de água também é controlada, uma vez que existe a tendência de acumular líquidos e sofrer com inchaços, especialmente nos pés e tornozelos.

Durante muito tempo, a atividade física foi completamente proibida para quem portava um coração cansado. Mas as coisas se modificaram da década de 1990 para cá. É que surgiram diversos trabalhos científicos apontando o impacto de uma ginástica supervisionada nos ganhos de qualidade de vida e saúde. Ao melhorar sua capacidade física, o indivíduo se torna capaz de realizar alguns afazeres com muito mais tolerância e fôlego de sobra. Obviamente, isso mexe com a sua autoestima e disposição, permitindo que o paciente participe do dia a dia da família e do trabalho. Os benefícios de movimentar o corpo estão relacionados com um alívio da inflamação e na circulação sanguínea, pois ocorre uma redução na constrição dos vasos e um estímulo à produção de substâncias como o óxido nítrico, que dilata as artérias. Só não dá para ter a doença e correr ou malhar feito louco por aí. A prática só pode, e deve, ser feita com a liberação e o acompanhamento de profissionais de saúde. Com três a cinco sessões de 60 minutos na semana, a ideia é sempre mesclar exercícios aeróbios, como caminhada na esteira e bicicleta ergométrica, com treinamento de resistência muscular e flexibilidade. Essas rotinas são indicadas para pacientes com graus 1, 2 e 3. No estágio 4, o último e mais grave de todos, o repouso segue como palavra de ordem.

A insuficiência cardíaca é uma doença de evolução lenta,  demora várias décadas para alcançar o estágio avançado, o que permite agir com bastante antecedência. Isso envolve, inclusive, corrigir os fatores de risco que desgastam o músculo cardíaco e patrocinarão, lá na frente, as falhas gravíssimas. O primeiro ponto que precisa ser solucionado com rapidez é a hipertensão. Ela exige um esforço dobrado do coração, pois é necessário distribuir o sangue por vasos mais estreitos. Colesterol alto e diabete também preocupam, uma vez que estão por trás da formação de placas de gordura nas artérias do coração. Elas progridem aos poucos, até fecharem a passagem do sangue a levarem a um infarto. Aqueles que sobrevivem à pane ficam com uma cicatriz no músculo cardíaco, o que dificulta pra valer a contração e o relaxamento. Com o tempo, o órgão entra em fadiga e não se movimenta direito. Portanto, controlar os níveis de glicemia e colesterol com alimentação equilibrada, exercícios físicos e checkups periódicos é vital para que a nossa máquina não acenda o sinal de alerta. 

Fonte: Revista SAÚDE, nº 417

Postado: Leila Ruver
Vídeos