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Texto de Opinião - 28/01/2018 - O Conto de Fadas na Educação Infantil


Por Thais Lippert Caneppele, professora da Rede Municipal de Ensino

Um conto de fadas é um tipo de história que tipicamente apresenta personagens fantásticos do folclore, como anões, dragões, elfos, fadas, gigantes, gnomos, goblins, grifos, sereias, animais falantes, trolls, unicórnios ou bruxas. A história também, via de regra, apresenta magia ou encantamentos. Contos de fadas se distinguem de outras narrativas folclóricas como as lendas (que, em geral, envolvem a crença na veracidade dos eventos descritos) e as histórias explicitamente morais, incluindo as fábulas. O termo é, sobretudo, utilizado para histórias com origens na tradição europeia e, pelo menos nos séculos recentes, se relaciona em maior parte à literatura infantil. Em contextos menos técnicos, o termo é também usado para descrever algo abençoado com uma felicidade incomum, como na expressão "final de conto de fadas" (um final feliz) ou um "romance de conto de fadas" (embora nem todos os contos de fadas tenham finais felizes). Popularmente, um "conto de fadas" ou "história de fadas" também pode significar qualquer história improvável. Neste caso, o termo é usado para qualquer história que não só não é verdadeira, mas não poderia ser verdadeira. (Wikipédia)

Segundo Rocha, 2003, p. 4: ¨A palavra conto, usada para designar uma história curta, somente ficou popular depois que os irmãos Grimm criaram uma coletânea de narrativas tradicionais chamadas contos para crianças e famílias. A partir do sucesso desta obra, que foi publicada no ano de 1812, em diversos países, contos de fadas foram recolhidos e organizados para a leitura das crianças. ¨ Khéde, 1986, p. 16, fala que: 

¨As origens dos contos de fadas são as mais diversas. Proveniente de contos folclóricos europeus e orientais, há neles um interessante cruzamento de princípios, entre os quais predominam os judaicos-cristãos e os da vertente mística da antiguidade greco-latina.¨ Já no Brasil, os nossos contos de fadas tiveram origem europeia e oriental. Podemos citar como exemplo os contos dos irmãos Grimm e Charles Perrault.  

             As histórias de contos de fadas, podem ajudar as crianças a lidarem com as dificuldades do seu dia-a-dia, como: inveja, medo, relação com os pais, inferioridade, vingança, etc., e por isso muitas vezes elas pedem para ler diversas vezes a mesma história. Utilizando os pensamentos mágicos das personagens, a criança fica aliviada por sentir raiva e ter outros sentimentos destrutivos em relação a uma bruxa malvada, sentir medo de um lobo voraz ou orgulho de um príncipe que consegue salvar a princesa e chega a um final feliz. Como na vida, nos contos de fadas, o medo gerado por uma punição é fator limitador de crimes, por essa razão é que nas histórias, as pessoas más sempre perdem, tornando o herói ou a heroína mais atraente para criança. As crianças se identificam com a coragem do príncipe, a sabedoria do rei, a fragilidade da princesa e a maldade da bruxa. 

Uma história/um conto de fadas prende a atenção, desperta a curiosidade, a imaginação e a criatividade, promove o enriquecimento na vida interior da criança, auxiliando-a a entender melhor as suas emoções. Assim como nas brincadeiras, as fantasias e os contos de fadas têm um papel importante no seu desenvolvimento emocional. A leitura de contos de fadas deve ser estimulada pelos pais de forma natural, com o objetivo de promover a iniciativa e o desenvolvimento intelectual. Para elas, o sol é vivo, a lua é viva, assim como todos os outros elementos do mundo, da natureza e da vida. As crianças acreditam em monstros, fadas, duendes e em todos os seres que os adultos inventam para elas.

Na maioria das vezes os contos começam de maneira simples e partem de um problema ligado à realidade como a carência afetiva de Cinderela, a pobreza de João e Maria ou o conflito entre filha e madrasta em Branca de Neve. Na busca de soluções para esses conflitos, surgem as figuras “mágicas”: fadas, anões, bruxas malvadas. E a narrativa termina com a volta à realidade, em que os heróis se casam ou retornam ao lar (Portal da Educação). Os contos de fadas podem ser lidos pelo professor e este, ter como objetivo ensinar as crianças valores como não mentir (Pinóquio), a não desobedecer à mãe (Chapeuzinho vermelho), entre outros. É através da leitura de contos para crianças da Educação Infantil, que o professor muitas vezes consegue, fazer com que estes aprendam a desenvolver valores morais e sociais para sua vida em sociedade.

“Os contos de fadas são tão ricos que têm sido fonte de estudo para psicanalistas, sociólogos, antropólogos, psicólogos, cada qual dando sua interpretação e se aprofundando no seu eixo de interesse”. (ABRAMOVICH,1994, p.121). Por este e outros tantos motivos, temos a convicção de que os contos devem fazer parte da formação das crianças de Educação Infantil, sempre tendo é claro um mediador, professores/pais. Os contos de fadas encantam, comovem e educam indiretamente. Os contos de fadas também são considerados como a literatura infantil que mais enriquece e satisfaz a criança.

 

 

Por Thais Lippert Caneppele, professora da Rede Municipal de Ensino, formada em Língua Estrangeira – Espanhol e Pós Graduada no Ensino de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura.

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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