Notícia

Agricultura - 26/01/2012 - Movimentos fecham por novo modelo de desenvolvimento


Contag está promovendo painel durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre

 

     O painel Estratégias e Propostas para a Intervenção dos Movimentos Sociais e do MSTTR na Rio+20 foi o tema de abertura no segundo dia da oficina Agricultura Familiar: Soberania, Segurança Alimentar e Sustentabilidade no Marco da Rio+20, que a Contag está promovendo durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre. A mesa foi coordenada por Alessandra Lunas, vice-presidente da Contag e secretária-geral da Coprofam, e teve a participação de Rosycleia Santos, secretária de Meio Ambiente da Contag, Simon Ticehurst, chefe de escritório da OXFAM, em Brasília, e Carlos Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais da CTB.
     Ao fazer uma avaliação do painel, a vice-presidente da Contag, Alessandra Lunas, disse que ele foi de extrema importância, porque se começa a visualizar que as agendas se encontram, em especial as políticas entre as organizações. Em sua concepção, na Rio+20 essa é a estratégia, ou seja, de que forma o MSTTR consegue não apenas se somar com os parceiros em temas comuns, bem como incidir e dar visibilidade para o fortalecimento da agricultura familiar.
     Alessandra garantiu que é unanimidade entre todos os movimentos a necessidade de pautar um novo modelo de desenvolvimento, que tenha sustentabilidade e seja pautado principalmente na agricultura familiar. “As explanações da OXFAN e da CTB reforçaram essa direção”, disse.
     O chefe de escritório da OXFAM, de Brasília, considera o espaço de debates em Porto Alegre como muito importante para a convergência de agendas. Neste contexto, explicou, o tema da agricultura familiar e sua sustentabilidade é vital. “O Brasil tem um exemplo fortíssimo para compartilhar no mundo. O desafio de organizações como a Contag é de não apenas consolidar o que por aqui existe, mas sim oferecer a outras nações que não apresentam tais avanços. O Rio+20 é uma oportunidade ímpar para dimensionar, internacionalmente, o que tem sido a luta em todos esses anos da Contag para solidarizar com outros países”, justifica Ticehurst.
     O secretário de Políticas Sociais da CTB é de opinião que os movimentos sociais precisa se apropriar desse debate. Caso contrário, existe o risco de ficar em um lado as grandes empresas, que degradam o meio ambiente e sequer cumprem acordos, e de outro são setores ligados a ONG’s, que têm uma visão bastante fechada e conservadora em relação à natureza. “Temos que apresentar um projeto de desenvolvimento, que respeite a natureza e, ao mesmo tempo, fazendo com que isso traga benefícios à população. Enfim, uma visão de desenvolvimento que achamos possível”, defende.     
      
      
      
     Código Florestal
      
     À tarde o assunto foi Código Florestal – Apresentação do acordo aprovado no Senado e seus impactos positivos e negativos para a agricultura familiar. A coordenação foi de Antoninho Rovaris, secretário de Política Agrícola da Contag e como palestrantes João de Deus, do Ministério do Meio Ambiente, e Eliziário Noé Toledo, assessor de Meio Ambiente da Contag.
 

Contag realiza Oficina no Fórum Social Temático 2012
 
     A Contag está participando do Fórum Social Temático 2012 – Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental – durante os dias 24 a 29 de janeiro em Porto Alegre. Nesta quarta-feira, dia 25, foi iniciada a Oficina Agricultura Familiar: Soberania, Segurança Alimentar e Sustentabilidade no Marco da Rio +20.
     O presidente da Contag, Alberto Broch, disse que o seminário tem por objetivo discutir com sindicalistas e com as organizações da sociedade civil parceiras a importância da agricultura familiar no debate internacional, que vai acontecer no mês de junho deste ano no Rio de Janeiro. “Pretendemos traçar um histórico dos tratados ambientais a partir da Eco/92 e seus desdobramentos, o estágio atual das discussões das COPs e outros debates que estão acontecendo no mundo, relacionando-os com as discussões de Segurança e Soberania Alimentar, a partir da visão da importância da Agricultura Familiar para superar a fome e a pobreza no mundo”, observa.
     A vice-presidente da Contag, Alessandra Lunas, acredita que tendo em vista a importância do debate da sustentabilidade ambiental e econômica da agricultura familiar, será possível fazer uma discussão em torno do Código Florestal, que teve seu relatório aprovado no Senado Federal no final de 2011. “Neste debate queremos abordar os impactos para a agricultura familiar e para as políticas públicas diferenciadas de apoio ao setor, bem como o sentido dos acordos que foram produzidos na discussão do Senado”, completa.
 
 
                Rio+20 Antecedentes e Perspectivas
        
     Na parte da manhã desta quarta-feira (25) teve início a oficina Rio+20 Antecedentes e Perspectivas. O vice-presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, deu as boas-vindas ao participantes e enfatizou que Porto Alegre está voltada para as discussões do FST, ao mesmo tempo em que o estado enfrenta uma forte estiagem, mas que as soluções já estão sendo encontradas.
     Em seguida, a vice-presidente da Contag, Alessandra Lunas, chamou para compor a mesa Nilo Diniz, diretor de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério do Meio Ambiente; Fátima Mello – FASE; Iara Pietrovski – INESC. Ela ressaltou a importância do Brasil sediar esse debate, cuja expectativa em nível mundial é muito grande. “Além da responsabilidade de recebermos todas essas pessoas, conta muito o posicionamento do Brasil”, disse.
     Antes de começar sua explanação, Diniz fez questão de destacar que o público presente era bastante representativo. Ele trouxe informações básicas do processo da Rio+20, que se realizará de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, bem como resgatou o que já aconteceu em anos anteriores. Para ele, a Rio+20 é a primeira renovação do compromisso internacional com o desenvolvimento sustentável.
     Em relação aos desafios, Diniz citou a crise econômico e financeira profunda. Além disso, a conjuntura atual também é marcada por uma certa instabilidade política em determinadas regiões do globo. O governo brasileiro acrescentou a discussão do desenvolvimento sustentável a erradicação da pobreza. “A questão da inclusão social também associada à ideia da economia verde”, ressaltou.
     Fátima Mello, do Núcleo Justiça Ambiental e Direitos da Fase, explicou que Fase e outras entidades espalhadas pelo mundo lutam para que ocorram mudanças no sistema de produção e consumo. “A economia verde, em nosso opinião, é extremamente problemática. A sua proposta não fala em direitos ou de justiça, mas sim de manter o mundo do jeito que está. E isto pode ser uma grande armadilha”, alerta.
     A última palestrante foi Iara Pietrovski, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), defendeu a necessidade de evitar que o mundo caminhe a sua direita, ou seja, que possa ocorrer uma redução de direitos e de conquistas obtidas há 30 anos, lá na Conferência de Estocolmo. “O documento da Rio+20 é uma colcha de retalhos para tentar contemplar todas as demandas e não se responsabilizar por nada” adverte.
      
      
Agricultura Familiar e o Debate Internacional
 
     Na parte da tarde, das 14h às 18h, acontece a Oficina Agricultura Familiar e o Debate Internacional de Soberania e Segurança Alimentar, Sustentabilidade Ambiental e Econômica. A coordenação é de Rosycleia Santos, secretária de Meio Ambiente da Contag; palestrantes: Alessandra Lunas, vice-presidenta da Contag e secretária geral da Coprofam; Jalcione Almeida, professor da Universidade Federal do RS e Irio Conte – FIAN Internacional e Consea.

 

Assessoria de Imprensa Fetag

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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