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Vera Academia - 24/11/2017 - Coluna Vera Academia dia 24112017


Malhe a Fribromialgia

A prática regular de atividade física é uma das estratégias mais eficazes para controlar sintomas típicos da fibromialgia, que é a dor que se espalha por diferentes partes do corpo, a fadiga e o sono ruim. Movimentar o corpo diminui a rigidez, melhora o condicionamento e o ânimo e reduz as dores. Um remédio e tanto para a qualidade de vida.

De onde vêm esses efeitos terapêuticos? A atividade física incentiva a liberação de substâncias do próprio organismo que agem como analgésicos naturais, caso das endorfinas. Isso colabora inclusive para melhorar as noites de sono. Os exercícios também realocam as fibras nervosas envolvidas na sensação de dor, ou seja, fazem com que elas passem a desempenhar outras funções, como transferir informações sobre o equilíbrio, o tato ou a temperatura do ambiente, o que diminui o tráfego de impulsos dolorosos para o cérebro.

Não é de hoje que a atividade física exerce papel de destaque frente à fibromialgia, condição que acomete cerca de 5 milhões de brasileiros. No século passado, médicos já observavam que o sedentarismo piorava as dores e suas outras manifestações. Ocorre que, mesmo atualmente, com a crescente comprovação e disseminação de que as práticas esportivas fazem um bem danado, tem gente achando que a síndrome não passa de uma invenção da cabeça, e isso tem a ver com o fato dela ainda estar cercada de mistérios, não totalmente decifrados. Resumindo, o que sabemos é que a fibromialgia é fruto de uma falha no funcionamento das fibras que transmitem a dor. O sistema nervoso de quem tem a condição é extremamente sensível, daí a sensação dolorosa sem motivo aparente. Tem mais uma peça nessa história, um desequilíbrio bioquímico lá no cérebro, em função disso, a tendência é que neurotransmissores associados ao bem-estar e ao controle da dor, como a serotonina e a dopamina, estejam em baixa. E aqueles que favorecem o desconforto, adivinhe, fiquem em alta. Todo esse desarranjo nervoso está por trás do sofrimento físico e psíquico. Não existe, portanto, “doente imaginário”. A população feminina pena bem mais com o perrengue, estima-se que são sete mulheres afetadas para cada homem, sendo a faixa etária mais prevalente entre 30 e 50 anos. Não se crava uma explicação definitiva para essa desproporção, mas se desconfia de que fatores genéticos e hormonais sejam os responsáveis. Além da dor difusa pessoas relatam fadiga, problemas de sono, déficits de memória e concentração e até intestino irritável. A depressão também é comum e chega a agravar os suplícios físicos. Não à toa, o uso de medicamentos antidepressivos faz parte do tratamento na maioria dos casos. Remédios, porém, não operam milagres sozinhos, por isso ressalta-se a importância de uma abordagem multidisciplinar, que envolva psicoterapia e um trabalho físico.

Os exercícios compõem o plano terapêutico contra a fibromialgia, mas, para tanto, devem constar no receituário médico e, se possível, contar com supervisão profissional. O primeiro passo é convencer uma pessoa que está sofrendo com dores e cansaço de que se mexer não vai piorar as coisas. Quando há consciência de que o combate ao sedentarismo pode servir como base do tratamento, vêm o esforço e a persistência. A palavra-chave no começo dos treinos é calma. Respeitar os limites e não pegar pesado é outra lei para evitar lesões. O ideal é buscar a atividade que mais agrada: vale pedalar, nadar, caminhar, fazer musculação... Os benefícios vêm de brinde. Para ter sucesso, é preciso saber aonde quer chegar, criar metas. Para isso é essencial estabelecer uma rotina para treinar, se alimentar e dormir. Já não faltam estudos comprovando que incorporar os exercícios ao cotidiano silencia as dores e desperta a qualidade de vida. Com força de vontade e uma dose de suor, fica mais fácil chegar ao tão sonhado alívio.

Postado: Leila Ruver
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