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Agricultura - 20/02/2017 - Formação específica contribui para a erradicação da Brucelose e Tuberculose


Habilitação de médicos veterinários no PNCEBT tem auxiliado na identificação de focos com o objetivo de er

Instituído em 2001 com o objetivo de diminuir o impacto negativo das zoonoses na saúde humana e animal e promover a competitividade da pecuária brasileira frente aos mercados internacionais, o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), vem obtendo *excelente* resultados. Conforme o Ministério da Agricultura, o Rio Grande do Sul está entre os Estados com os maiores índices vacinais.

 

A Instrução Normativa divulgada em 3 de outubro de 2016 modificou o regulamento técnico do programa. Entre as modificações está a classificação dos Estados de acordo com o grau de risco para as zoonoses, com variação de A a E. Os Estados com o grau A, por exemplo, estão excluídos da obrigatoriedade de vacinação para Brucelose pelo risco muito baixo ou desprezível da doença. Apenas Santa Catarina atingiu este patamar até o momento mas para as fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade a imunização continua sendo obrigada.

 

Segundo a presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), Angelica Zollin, a sanidade dos rebanhos bovinos do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil está em pauta há anos, visto que a mesma é uma barreira para a exportação de carne para outros países. "Com a abertura dos mercados cada vez mais se faz necessária que as regras sejam cumpridas. Para os próprios produtores é um risco, pois se um foco é identificado, ele fica impedido de exportar por um período", observa.

 

Desde 2011, o Simvet/RS aplica treinamentos com a parceria de universidades gaúchas no sentido de capacitar estes profissionais. Atualmente eles são realizados em conjunto com a Unicruz, de Cruz Alta (RS), e a Urcamp, de Alegrete (RS). Somente pelos cursos ofertados pelo sindicato, já foram formados 685 profissionais que obtiveram a habilitação do PNCEBT. Conforme Angelica, por intermédio da identificação dos animais doentes, o serviço oficial consegue mapear os focos e encaminhar para a erradicação da doença.

 

Dados do Ministério da Agricultura apontam que, no início de 2016, 1,08 mil propriedades eram consideradas livres de brucelose e tuberculose animal, mas este número caiu para 946 na atualidade. A presidente do Simvet/RS salienta que o maior número de profissionais habilitados tem ajudado à identificação mais rápida dos focos. "Isso não significa que apareceram mais casos das doenças. Elas já estavam lá, mas com o aumento de profissionais habilitados, mais ocorrências serão identificadas e com isto conseguiremos de forma mais rápida sanear o rebanho e erradicar a Brucelose e a Tuberculose. Por isto é importante que estes veterinários sejam treinados e habilitados a executar os exames", destaca.

 

Já foram realizadas até então pelo Simvet/RS, em parceria com as universidades, 33 edições do treinamento para o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal. Angelica salienta que a procura tem sido alta. A próxima edição ocorre entre os dias 20 e 24 de março em Cruz Alta (RS), na sede da Unicruz. Informações e inscrições podem ser obtidas pelo e-mail pncebt.unicruz@gmail.com.

 

A brucelose é causada pela Brucella abortus, enquanto a tuberculose é transmitida pelo Mycobacterium bovis. As zoonoses estão disseminadas por todo o território nacional. A brucelose atinge tanto o gado de corte quanto o gado de leite, enquanto que a tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite. As duas enfermidades atingem também a população de búfalos.

 

Foto: Simvet-RS/Divulgação

Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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