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Vera Academia - 19/05/2017 - Coluna Vera Academia dia 19052017


Alongar ou não alongar

Nenhuma pergunta divide tanto o mundo da atividade física quanto essa: vale a pena reservar os minutos iniciais do tempo dedicado aos exercícios para o alongamento? De acordo com uma pesquisa do Instituto de Medicina do Esporte de Copenhage, na Dinamarca, a resposta é não. Os cientistas revisaram as informações de 25 experimentos sobre o tema, com mais de 26 mil voluntários, e concluíram que o estica-e-puxa simplesmente não afasta contusões. 

Mas calma: as técnicas para espichar braços, pernas e afins ainda parecem ter seu espaço. Para evitar chateações, os especialistas indicam que elas sejam encaradas como uma atividade em si, cujo objetivo é ganhar amplitude muscular, e não como uma obrigação antes de suar a camisa. Após algumas semanas de alongamento sistemático, há ganhos em flexibilidade, o que se traduz em menor risco de sofrer lesões.

É importante que as aulas para deixar os membros inferiores e superiores mais elásticos reproduzam os movimentos e posições da modalidade preferida, ou seja, ao incorporar o alongamento ao gesto natural do esporte, você estará melhorando o desempenho dentro de sua atividade física. Outra coisa bem habitual é fazer o alongamento depois do suadouro. Entretanto, ele precisa ser leve, já que o objetivo é relaxar os músculos, liberando a tensão do esforço contínuo. É contraindicado estica-los na sequência de uma atividade muito pesada, pois isso pode levar a espasmos e contraturas. 

A análise da Instituição de Copenhage ainda elencou ações que de fato afastam os machucados decorrentes da prática esportiva. A primeira recomendação são os treinamentos de força, comumente realizados em academias. Esses exercícios aumentam a massa muscular, o que distribui eventuais sobrecargas de exercidas no aparelho locomotor de um jeito igualitário, ou seja, se os músculos ficam mais resistentes, sofrem menos ao serem exigidos. Sem contar que as fibras musculares são imbatíveis na hora de amortecer impactos. Elas absorvem a energia, impedindo que a pancada repercuta em ossos e articulações, estruturas sabidamente mais frágeis.

Outra atividade que recebeu a aprovação dos dinamarqueses foram os programas de propriocepção, que envolvem desafios constantes de equilíbrio. Eles são feitos em bases instáveis, como na cama elástica, na bola suíça ou até mesmo no skate. Os benefícios da tática estão relacionados à estimulação dos neurônios motores, células nervosas responsáveis por mandar informações ao cérebro sobre a posição do corpo no espaço. Tais estruturas também respondem pela coordenação de movimentos, estão espalhadas da cabeça aos pés e acabam aprimoradas com o trabalho de propriocepção.

Postado: Leila Ruver
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