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Agricultura - 19/04/2018 - Apicultores de Crissiumal querem substituição de árvores tóxicas que matam abelhas na cidade


Requerimento foi protocolado junto à Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente

Preocupados com a constante diminuição da população de abelhas, os apicultores crissiumalenses Ari Darci Lanz e Mario Kerber protocolaram nessa semana um requerimento junto à Secretaria Municipald e Desenvolvimento Rural, Pesca e Meio Ambiente do município pedindo a substiuição de uma espécie de árvores que existe em nossa cidade e que produzem uma substância tóxica, que mata as abelhas.

O requerimento dos apicultores tem como objetivo o pedido de estudo e avaliação da municipalidade, na substuição da espatódea (foto do topo) no perímetro urbano.

O pedido se justifica, explicando que os exemplares de Espatódea, também conhecida como tulipeira-nilótica, foram introduzidos pela prefeitura de Crissiumal na década de 1970 e plantadas nos passeios em diversos locais da cidade. A planta é tóxica para as abelhas das espécies Meliponas (principalmente). “Sabe-se que em Crissiumal muitos moradores em nossa cidade tem uma caixinha de abelha jataí ou de outra similar”, explicaram Ari e Mario.

Ainda, Estudos comprovam que a substância tóxica produzidas pelas flores são também capazes  de matar aves (beija-flor e colibris). Em diversas cidades de Santa Catarina e em São Paulo já existem leis municipais proibindo o seu cultivo.

 

Muito comum nas cidades brasileiras – no estado de São Paulo, pelo menos – a espatódea é na verdade nativa da África. Daí outro nome popular, tulipeiro-da-áfrica. Florescem com generosidade, por muitos meses do ano. É uma árvore de porte médio, chega até cerca de 25 metros, da família das bignoniáceas (a mesma do ipê e do jacarandá-mimoso). Os frutos são as vagens pontudas junto às flores, que quando maduros se abrem e soltam sementes aladas que se espalham ao sabor do vento.

“Acredito que no instante e por ora, temos a maior cadeia macrorregional de apicultura fixa, com APIS, abelhas com ferrão, são mais de 160 locais ou estaleiros com 5 a 15 colmeias. Enquanto o Mario Kerber trabalha com abelhas sem ferrão, precisamos que algo seja feito já que a população de abelhas vem diminuindo anualmente. As abelhas têm uma grande importância na produtividade e no aumento da produção de muitas espécies Até porque não existiria a produção de certos alimentos sem a presença destas abelhas e de outros insetos”, destacou o apicultor Ari Darci Lanz ao Guia Crissiumal.

É importante a população ter a consciência da necessidade da troca desses exemplares, se assim acontecer, já que se a troca existir, certamente será estudado e avaliado qual a melhor opção de planta para substituição da Espatódea.

A prefeitura deverá se manifestar sobre o assunto.

Fotos: Ari Darci Lanz, especial para o Guia Crissiumal

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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